COLUNA VIVIANNE SANTOS - UMA TERRA DE VITÓRIAS

Parte I - A TERRA DE SANTO ANTÃO
Capítulo XI


UMA VITORIENSE
NA GUERRA DO PARAGUAI

“Sim, vitorienses! Mariana é hoje um soldado da pátria: impávida, marcha para uma campanha longínqua, superior às suas forças; tudo farei e espero vencer as suas dificuldades; tenho vontade, firmeza e resignação para encara qualquer perigo”, trecho do discurso feito por Mariana Amália no dia 10 de outubro de 1865.

Deflagrada a Guerra do Paraguai, com a invasão das províncias do Mato Grasso e do Rio Grande do Sul, o governo brasileiro mobilizou as tropas regulares para expulsar os invasores. Mas só elas não bastaram, e para atender ao desenvolvimento da campanha, o Governo Imperial baixou um decreto, em 7 de janeiro de 1865, criando “ corpos para o serviço da guerra em circunstâncias extraordinárias” com a denominação de “Voluntários da Pátria”, compostos de todos os cidadãos maiores de 18 anos e menores de 50 anos, que voluntariamente quisessem se alistar.
Em Vitória, a notícia foi recebida com muito entusiasmo. No total, 62 voluntários vitorienses se ofereceram para seguir rumo a guerra. Entre eles, Mariana Amália do Rego Barreto, uma jovem de 19 anos que ofereceu-se ao Governo Imperial para servir de enfermeira na Guerra do Paraguai, atendendo nos hospitais e campos de batalha, usando assim o uniforme militar e as insígnias de 1º cadete.
A notícia de que uma mulher iria para o campo de batalha causou grande agitação no município e na capital do Estado. Porém, o Governo Imperial não achou conveniente uma jovem de apenas 19 anos seguir para os campos de batalha, mas, pela sua coragem e iniciativa, Mariana foi homenageada, juntamente com os voluntários vitorienses, com um desfile pelas ruas da cidade, ao som do Hino Nacional e dos aplausos da população. Para Mariana Amália, foi encenado um espetáculo no Teatro Santa Isabel, em Recife, ao que ela assistiu da tribuna da presidência.
Mariana Amália do Rego Barreto era filha do Capitão Joaquim Pedro do Rego Barreto e nasceu na cidade da Vitória de Santo Antão no dia 17 de janeiro de 1846. Não se sabe ao certo seu destino após esse episódio, apenas que ela fixou residência na cidade de Jaboatão dos Guararapes.
Busto de Mariana Amália na Avenida que leva o seu nome


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