O primeiro contato que tive com a obra do ilustre professor Manoel Correia de Andrade foi por intermédio do grande professor Evandro Holanda. Ainda adolescente li um livro de Geografia que o professor Manoel Correia de Andrade escreveu em parceria com o também já falecido professor Hilton Sette.
Nascido na cidade de Vicência, o professor Manoel Correia de Andrade sempre esteve lutando por aquilo que acreditava. Sua luta constante em favor dos oprimidos lhe rendeu momentos difíceis durante o período ditatorial que o Brasil viveu a partir de 1964. Sua ligação com as lutas pernambucanas eram tão presentes em sua vida que, a data do seu nascimento, se comemora a Batalha das Tabocas.
Sempre muito gentil e bem humorado, recordo-me da Bienal do livro em Pernambuco no ano de 2003, pedi ao professor Manoel para tirar uma foto ao lado do meu filho que a época tinha apenas cinco meses. De imediato tomou-o em seus braços e registramos aquele momento, foto que é guardada e lembrada com muito carinho.
Em uma época onde muitos se quer têm o desejo de lutar por aquilo que acredita, assistem tudo de forma inerte, o falecimento do professor Manoel deixa Pernambuco, o Brasil e o mundo mais pobre de esperança. Pessoas assim, quase não mais encontramos, em uma sociedade onde há uma diminuição do prazer pela leitura e conseqüentemente pela reflexão.
A nossa certeza é de que o professor Manoel Correia de Andrade deixa um grande legado histórico, produzindo naqueles que acreditam na transformação social uma chama permanentemente acesa, ou seja, a apatia não deve fazer parte da agenda diária.
Pernambuco está de luto e se solidariza com os familiares do ilustre acadêmico e tendo a certeza de homens como o professor Manoel Correia de Andrade jamais desaparece da nossa história.
Hely Ferreira tem a sua coluna todo sábado aqui no Blog da Política Vitoriense
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