Coluna de Paulo Roberto - Desenvolvimento com liberdade



Os clássicos nos ensinam: liberdade é o poder de autodeterminar-se, ou seja, conduzir a própria vida. Mas eu pergunto: como alguém pode conduzir a própria vida estando desempregado e sem as condições mínimas de vida digna como lhe garante a Constituição?

Está se tornando comum presenciarmos, no Brasil, cenas de pessoas implorando um emprego; jovens que deveriam estar na sala de aula, ao contrário, estão nas ruas, envolvidos com o crime organizado ou praticando outros delitos; chefes de família desesperados por não conseguirem garantir o sustento dos filhos.

Esse quadro de pobreza e, às vezes, miséria vem privando as pessoas de capacidades elementares e pode gerar conseqüências graves: morte prematura, subnutrição significativa (especialmente de criança), morbidez persistente, analfabetismo muito disseminado, violência, gravidez indesejada entre os jovens e outras mazelas.

Discutir esse panorama que também se faz presente em nosso município é urgente e diz respeito a toda a sociedade. Já apontamos, no artigo anterior, a necessidade de que instituições de ensino superior do município contribuam, de forma mais efetiva, para a construção de saídas urgentes, num curto prazo, para tais problemas.

Discutir o desenvolvimento com liberdade, para nosso município, requer que se removam as principais fontes de privação de liberdade: pobreza, carência de oportunidades econômicas e destituição social sistemáticas, negligência dos serviços públicos e intolerância de gestões ineficientes. O que as pessoas conseguem positivamente realizar é influenciado por oportunidades econômicas, liberdades políticas, poderes sociais e por condição de acesso a boa saúde, educação básica e incentivo ao aperfeiçoamento de iniciativas individuais.

A discussão do desenvolvimento, aqui proposta, tem que considerar a liberdade da nossa população como elemento básico para iniciarmos um novo momento de prosperidade, visivelmente interrompido nos últimos anos.

Talvez caiba melhor, ao final, a definição de liberdade apresentada por Cecília Meireles, no Romanceiro da Inconfidência: liberdade é algo que o sonho humano alimenta, e não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.

A coluna de Paulo Roberto está no Blog da Política Vitoriense toda sexta-feira

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