O número de instituições de ensino superior caiu no país pela primeira vez em cinco anos, mostra o Censo de Educação Superior 2008, divulgado nesta sexta-feira (27), pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC). No entanto, essa mudança de tendência não se refletiu na oferta de vagas para os estudantes.
O crescimento de vagas foi de 5,7%: de 2.823.942 em 2007, passou para 2.985.137 no ano seguinte. O número de cursos também aumentou em 5,2% e o Brasil terminou o ano com 24.719 cursos em funcionamento -72% (ou 17.947) em instituições privadas.
O censo mostra que o Brasil tinha 2.252 instituições públicas e privadas de ensino superior, entre universidades, centros universitários e faculdades no ano passado. O número de unidades é 1,3% menor do que o que foi registrado no levantamento de 2007, quando havia 2.281 estabelecimentos no país. A redução de 29 unidades pode ser explicada por fusão ou compra entre as instituições, avalia o Inep.
A redução é significativa porque representa a consolidação de uma tendência que vinha se delineando nos últimos dois anos", avalia Carlos Monteiro, especialista em ensino superior. "O censo de 2007 já havia mostrado certa estagnação", continua.
“Parte dessa queda no número de instituições pode ser explicada pela fusão e incorporação. No caso daquelas que foram fechadas, provavelmente é por causa do número insuficiente de alunos. A concorrência no setor privado é muito acirrada”, avalia Jacques Schwartzman, diretor do Centro de Estudos de Ensino Superior da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“Está havendo processo de consolidação, de compras. Isso explica em parte a redução no número de instituições; pode ser um fator de organização”, disse a secretária de Educação Superior do MEC, Maria Paula Dallari.
De acordo com dados do levantamento, o número de instituições federais de ensino foi o único que caiu entre as públicas e registrou redução de 12,3%, para um total de 93 unidades no ano passado. As estaduais e municipais mantiveram as estatísticas. No total, as instituições públicas registraram queda de 5,2%, somando 236 unidades em 2008.
Segundo o Inep, o número de instituições federais caiu pela criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia a partir da fusão de Centros Federais de Educação Tecnológica.
Monteiro avalia que nas instituições federais há um problema de sucateamento. "Os orçamentos nunca alcançam as necessidades e atendem apenas o custeio. Não sobra dinheiro para modernizar laboratórios, por exemplo", diz.
Quanto ao número de instituições privadas, que também colaborou para a redução no total, houve queda de 0,8%, para 2.016 unidades no ano passado.
Alteração de modelo
Para o especialista, existe a ideia de consolidação nas particulares e as públicas vêm passando por mudanças, "mas isso não justifica a estagnação", opina. "A crise que as instituições de ensino vêm passando já dura seis ou sete anos sem que haja um modelo diferenciado".
O especialista diz que há a necessidade de criar modelos de escolas de ensino superior diferenciadas, como o da USP Leste e da Universidade Federal do ABC (UFABC), cita, para diversificar a formação de profissionais no país e atender melhor a demanda do mercado. Para ele, há deficiência no posicionamento estratégico, principalmente das privadas. "Os cursos são sempre os mesmos", finaliza.
Censo
O levantamento é feito anualmente pelo Inep, que recolheu dados entre 25 de março e 12 de junho de 2009. As instituições puderam complementar ou corrigir informações entre 4 de agosto e 5 de setembro deste ano. As informações são enviadas por meio de formulários eletrônicos.
Fonte: G1
O crescimento de vagas foi de 5,7%: de 2.823.942 em 2007, passou para 2.985.137 no ano seguinte. O número de cursos também aumentou em 5,2% e o Brasil terminou o ano com 24.719 cursos em funcionamento -72% (ou 17.947) em instituições privadas.
O censo mostra que o Brasil tinha 2.252 instituições públicas e privadas de ensino superior, entre universidades, centros universitários e faculdades no ano passado. O número de unidades é 1,3% menor do que o que foi registrado no levantamento de 2007, quando havia 2.281 estabelecimentos no país. A redução de 29 unidades pode ser explicada por fusão ou compra entre as instituições, avalia o Inep.
A redução é significativa porque representa a consolidação de uma tendência que vinha se delineando nos últimos dois anos", avalia Carlos Monteiro, especialista em ensino superior. "O censo de 2007 já havia mostrado certa estagnação", continua.
“Parte dessa queda no número de instituições pode ser explicada pela fusão e incorporação. No caso daquelas que foram fechadas, provavelmente é por causa do número insuficiente de alunos. A concorrência no setor privado é muito acirrada”, avalia Jacques Schwartzman, diretor do Centro de Estudos de Ensino Superior da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“Está havendo processo de consolidação, de compras. Isso explica em parte a redução no número de instituições; pode ser um fator de organização”, disse a secretária de Educação Superior do MEC, Maria Paula Dallari.
De acordo com dados do levantamento, o número de instituições federais de ensino foi o único que caiu entre as públicas e registrou redução de 12,3%, para um total de 93 unidades no ano passado. As estaduais e municipais mantiveram as estatísticas. No total, as instituições públicas registraram queda de 5,2%, somando 236 unidades em 2008.
Segundo o Inep, o número de instituições federais caiu pela criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia a partir da fusão de Centros Federais de Educação Tecnológica.
Monteiro avalia que nas instituições federais há um problema de sucateamento. "Os orçamentos nunca alcançam as necessidades e atendem apenas o custeio. Não sobra dinheiro para modernizar laboratórios, por exemplo", diz.
Quanto ao número de instituições privadas, que também colaborou para a redução no total, houve queda de 0,8%, para 2.016 unidades no ano passado.
Alteração de modelo
Para o especialista, existe a ideia de consolidação nas particulares e as públicas vêm passando por mudanças, "mas isso não justifica a estagnação", opina. "A crise que as instituições de ensino vêm passando já dura seis ou sete anos sem que haja um modelo diferenciado".
O especialista diz que há a necessidade de criar modelos de escolas de ensino superior diferenciadas, como o da USP Leste e da Universidade Federal do ABC (UFABC), cita, para diversificar a formação de profissionais no país e atender melhor a demanda do mercado. Para ele, há deficiência no posicionamento estratégico, principalmente das privadas. "Os cursos são sempre os mesmos", finaliza.
Censo
O levantamento é feito anualmente pelo Inep, que recolheu dados entre 25 de março e 12 de junho de 2009. As instituições puderam complementar ou corrigir informações entre 4 de agosto e 5 de setembro deste ano. As informações são enviadas por meio de formulários eletrônicos.
Fonte: G1
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