MPF denuncia cinco pessoas por furto e vazamento do Enem

Cinco pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal em São Paulo pelo furto, vazamento e tentativa de venda das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Segundo a Procuradoria, o episódio do cancelamento e adiamento da prova causou “prejuízo em torno de R$ 45 milhões aos cofres públicos”, além de “danos incalculáveis” aos 4,1 milhões de estudantes inscritos, já que instituições como a USP e a Unicamp deixaram de considerar o resultado do Enem no seu processo seletivo.
Para o MPF, são responsáveis pelos crimes três funcionários da empresa Cetros, integrante do Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção, contratado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), e dois intermediários do grupo.
Eles responderão pelos crimes de peculato (furto praticado por servidor público), corrupção passiva (exigir vantagem indevida) e violação de sigilo funcional.
Segundo a denúncia, as duas pessoas que não eram do consórcio foram denunciadas como cúmplices de crime, apesar de não terem furtado as provas na gráfica.
A Procuradoria explica ainda que os três acusados que trabalhavam para o consórcio vão responder pelo crime de peculato, porque estavam trabalhando para uma empresa que executava um serviço público.
Cada acusado responderá por dois peculatos, pois houve dois furtos da prova. No dia 21 de setembro, foi furtado caderno 1. No dia 22 de setembro, foi levado da gráfica um exemplar do caderno 2.
Os atos de corrupção passiva foram cometidos nos dias 29 e 30 de setembro, afirma a denúncia, quando os acusados tentaram vender o material para a imprensa.


Provas


Após o vazamento, as provas tiveram de ser remarcadas e acabaram acontecendo neste final de semana. Ceca de 2,6 milhões dos mais de 4 milhões de inscritos fizeram as provas. O índice de abstenção chegou a 37,7% no sábado (5) -o maior da história do exame. Dados preliminares apontam que 2,9% das pessoas que fizeram a prova no primeiro dia não realizaram o teste no domingo (6).
O Inep atribuiu a alta abstenção ao longo período entre a inscrição e a realização da prova. A inscrição terminou no dia 19 de julho; a prova iria acontecer nos dias 3 e 4 de outubro, mas foi adiada para início de de dezembro, além da desistência de instituições, como USP e Unicamp, em usar a nota.
No primeiro dia, os candidatos fizeram provas de ciências da natureza (biologia, química e física) e ciências humanas (geografia e história). No segundo dia, foi a vez das provas de matemática (45 testes) e linguagens, também com 45 testes, e uma redação do tipo dissertativo.


Fonte: G1

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