Jovens, cientistas e premiados

Aluna da Escola Estadual Ministro Jarbas Passarinho, Aline Mota, 18, conquistou o 2º lugar com o pluviômetro alternativo.
Quatro projetos de estudantes pernambucanos, sendo três de escola pública, foram destaque na Febrace, em São Paulo. Pernambuco fez bonito na 6ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). Quatro projetos mereceram destaque na competição, sendo três da Escola Estadual Ministro Jarbas Passarinho e um do Colégio Anglo. As escolas ficam em Camaragibe, Grande Recife. O pluviômetro alternativo, desenvolvido pela aluna Aline Mota, 18 anos, alcançou a 2ª colocação na categoria Ciências Sociais Aplicadas. Os estudantes do estado trouxeram ainda a medalha de bronze na categoria Ciências Agrárias, com Marcos Ray, do Colégio Anglo, autor do projeto Atividade acaricida do óleo essencial do cravo-da-índia. A feira selecionou 265 projetos desenvolvidos por alunos de 24 estados brasileiros e do Distrito Federal. A Febrace, que terminou na última segunda-feira em São Paulo (SP), é um dos maiores eventos de ciência jovem do país. Esta é a quinta premiação dada ao pluviômetro alternativo. Entre elas, duas internacionais: na feira de ciências da África do Sul e na 22ª Mostratec, realizada no Rio Grande do Sul, com a participação de representantes da América Latina. A pesquisa foi iniciada há dois anos pelos estudantes Marcelo Silva e Aline Mota, sob a orientação da professora Rosenilda Vilar. O equipamento, utilizado na previsão do tempo, foi desenvolvido com materiais recicláveis ao custo de apenas R$ 10 (um pluviômetro comum não é vendido por menos de R$ 1 mil). A invenção já é utilizada no departamento de hidrologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Para confeccioná-la, os alunos utilizaram noções de geografia, história, matemática e meteorologia. "Aprender, na prática, é muito melhor. O aluno tem a oportunidade de fazer experimentos e saber porque eles darão certo ou errado", comentou Aline, de 18 anos, que hoje toca o projeto sozinha. Além da medalha de prata, ela ganhou um prêmio de destaque em inovação do Grupo Votorantim. Em julho, a aluna, a orientadora e o co-orientador, Marcos Vilar, passarão uma semana no Rio Grande do Norte com as despesas pagas pela empresa. O trio participará de um intercâmbio no Instituto de Neurociência, em Natal (RN). O 1º lugar da categoria Ciências Sociais Aplicadas ficou com os representantes do Senai/SP, que criaram uma roupa especial para facilitar a vida dos deficientes dos membros superiores. O Colégio Anglo conquistou o segundo melhor desempenho do estado na Febrace. "Desenvolvemos um bioinseticida que pode substituir os agrotóxicos, agressivos ao meio ambiente", explicou o aluno Marcos Ray, 14 anos, medalha de bronze. Da Escola Estadual Jarbas Passarinho, mereceram menções honrosas os projetos A utilização de leguminosas inoculadas com micorriza e rizobium para revegetação das margens do Riacho do Besouro e Literatura de cordel: a cultura que não morre. O primeiro aponta alternativas para evitar a devastação das matas ciliares do Riacho Besouro, em Aldeia, com o uso de bactérias (rizobium) e fungos (micorriza). O estudo - elaborado pelos estudantes Genilda Rosa, Bruna da Silva, Leandro Nascimento e Natália Melo - prevê uma aceleramento de até 45% na revegetação do local. "Criamos uma técnica para fixação do nitrogênio no solo", afirmou Genilda. Já os alunos Henrique Mendes, 17 anos, e Renato Albuquerque, 19 anos, levaram para São Paulo toda a riqueza cultural do Nordeste através da valorização da literatura de cordel. Eles são autores dos cordéis O grito da Água e Cordel, a cultura que não morre. "Poucas pessoas sabem sobre os cordelistas. Muitas ouviram falar sobre a literatura, mas nunca leram os livrinhos. Não podemos deixar o cordel morrer", declarou Henrique.
Reportagem: Alexandre Rogério

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