Policia Federal inicia plano para ampliar integração com estados no combate à criminalidade

A assinatura de um termo de cooperação técnica entre a Polícia Federal (PF), o Ministério da Justiça e o Ministério Público Federal marcou hoje (14) a instituição do Centro Integrado de Inteligência Policial (Cintepol). O órgão, gerenciado pela Polícia Federal, terá como principais premissas a capacitação de servidores e o compartilhamento de tecnologias no combate ao crime organizado, em conjunto com secretarias de segurança pública dos estados.
“Se somos referência em um universo de boas instituições, é justo e necessário que compartilhemos o nosso conhecimento acumulado em favor da segurança pública”, destacou o diretor geral da PF, Luiz Fernando Corrêa. “A Polícia Federal vai procurar qualificar sua atuação como polícia judiciária e trabalhar de forma integrada com as três esferas de governo”, acrescentou.
As tecnologias que serão compartilhadas envolvem softwares de reconhecimento de voz, equipamentos de radiocomunicação e georreferenciamento, além de materiais usados em investigações sigilosas. A expectativa é que 500 servidores – divididos entre PF, secretarias de Segurança e Ministério Público – estejam capacitados até o dia 23 de maio para o intercâmbio de dados.
A aula inaugural do Cintepol, preparada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, foi transmitida por videoconferência para cinco turmas (cerca de 250 usuários das ferramentas do sistema de dados) nas cidades de Gramado, no Rio Grande do Sul, Cabo Frio, no Rio de Janeiro, Recife, Brasília e Manaus.
Tarso afirmou que ações do Cintepol, que visam melhorar a segurança pública nos estados, serão um marco para a modernização do sistema policial brasileiro. “Em algumas regiões do país as estruturas policias ainda parecem obedecer à cultura política pré-1930, da República Velha [da Proclamação da República, em 1889, à ascensão de Getúlio Vargas, em 1930]”, ressaltou.
“O efeito[da integração proposta] não é apenas de natureza técnica, mas reduz a margem de arbítrio do poder de polícia e o integra a outros, tornando-o mais eficaz e mais transparente”, completou o ministro. Segundo ele, são tarefas primordiais combater o crime organizado e a corrupção no poder público, “vertentes que em algum lugar sempre se encontram”.
Também presente ao evento, o procurador geral da República, Antonio Fernando Souza, enfatizou a a importância de que o Estado se reforce com estruturas integradas para combater a corrupção e a lavagem de dinheiro: “As instituições não podem posicionar-se como ilhas num oceano onde o crime organizado tenta navegar com desenvoltura.”
Reportagem: Alexandre Rogério

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