
Ficou decidido: Cayo poderia manter a vida de artista, mas não passaria mais nenhum dia fora da sala de aula. Fez um teste e a direção do colégio considerou que estava apto a iniciar o ensino médio. Foi exatamente o que ele fez.
Todos da nova turma de Cayo já eram adultos. Eles foram beneficiados pelo 'Travessia', um programa de aceleração do estudo que usa o material do Telecurso, da Fundação Roberto Marinho.
Através de uma parceria, o programa é oferecido nas escolas públicas de Pernambuco. Jussara Célia de Araújo, dona de casa, tem 44 anos. "Eu estava a 27 anos parada no tempo e de repente veio um incentivo tão bom com o 'Travessia' e a gente chegou junto e viu que estava na hora de buscar aquilo que nos perdemos há um tempo atrás", afirma a estudante do 'Programa Travessia'.
Durante o curso, Cayo não deixou de atuar no teatro nem de trabalhar, no Recife, a 40 quilômetros da escola. Ele faz figurinos e cenografia para peças, é ilustrador e escreve livros.
Entre os colegas, teve a companhia de Joselita Alves dos Santos: quatro filhos, sete netos. Ela acabou de ser aprovada para a faculdade de pedagogia. "Eu casei muito cedo, não pude trabalhar, nem estudar porque o meu marido não deixava. Depois a gente se separou. Foi quando eu tive a minha oportunidade".
Joselita tem o maior orgulho do diploma e das notas que tirou durante o curso. Em um ano e meio, toda a turma completou o ensino médio. "Muitas portas se abriram. O 'Projeto Travessia' veio realmente mudar a vida não só minha, mas de muitos alunos. Hoje eu posso concluir uma faculdade tranquilamente com os pés no chão. Agora é bola para frente, escrever muitos livros, ilustrar, desenhar", afirma o estudante do 'Programa Travessia', Cayo Oman.
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Fonte: Monica Silveira - Jornal da Globo
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