O governo federal cancelou 451.021 pagamentos do Bolsa Família entre outubro de 2008 e fevereiro de 2009. São benefícios que estavam sendo concedidos a famílias que haviam alcançado uma renda superior à exigida pelo programa ou que não atualizaram seus dados cadastrais até dezembro de 2008. Nesse período, o Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pelo programa, bloqueou os pagamentos e informou às famílias que deveriam procurar o gestor local para atualizar suas informações.
Do número inicial de famílias com pagamentos bloqueados (622.476), 171.455 comprovaram que estavam dentro do perfil do programa e foram mantidas. As mais de 400 mil vagas no Bolsa Família não serão fechadas. Outras famílias que compõe o perfil de renda exigido e já estão no Cadastro Único serão selecionadas para passar a receber o benefício. São Paulo foi o Estado onde houve mais cancelamentos, 100.264 famílias. Minas Gerais vem em segundo, com 59.949. Roraima foi o que teve o menor número, apenas 734.
O número de benefícios bloqueados no final de 2008 foi recorde para o programa, mais de 70% acima do registrado ano anterior. Fruto de um cruzamento com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), em que constam os trabalhadores com carteira assinada no País, a avaliação do ministério é que o número era fruto do crescimento econômico do País, com mais pessoas encontrando vagas no mercado formal de trabalho.
A expectativa para 2009 era que o bloqueio crescesse ainda mais, mas a atual crise econômica frustrou as previsões. Ao contrário, o governo federal decidiu, em janeiro, aumentar de R$ 120 para R$ 137 a renda familiar per capita das famílias que podem ser atendidas pelo programa. Com isso, outras 1,8 milhão serão beneficiadas a partir deste ano. Atualmente, o programa atende 11,1 milhões de famílias. A previsão é de que, com o reajuste do teto de renda, esse número chegue a 12,9 milhões.
O Bolsa-Família paga para as famílias extremamente pobres um benefício fixo de R$ 62. Além disso, são pagos outros R$ 20 por criança entre 0 e 15 anos, em um limite de três por família, e mais R$ 30 por jovem de 16 e 17 anos, em um máximo de dois. Os valores dos benefícios, já reajustados em junho do ano passado, não serão aumentados agora.
Fonte: Agência Estado
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