Jovem morre em acidente em Boa Viagem

Passava das 23h quando um barulho ensurdecedor chamou a atenção de quem mora ou passava nas imediações da Avenida Domingos Ferreira com a Padre Carapuceiro, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. No canteiro central da via, um carro destruído depois de bater contra uma árvore e um poste. Dentro do Corolla um adolescente de 15 anos, sozinho, respirando com dificuldades, no assento do motorista. A gravidade da situação mobilizou quem passava pelo local na noite de quinta-feira. Muitos tentavam ajudar. Mas quando o garoto foi retirado das ferragens pelas equipes do Corpo de Bombeiros e do Samu, cerca de 20 minutos após, já estava morto. O veículo pertencia ao avô. Há suspeitas de que ele havia pego o carro escondido.
O fim trágico de Thiago Nogueira dos Santos, aluno do 1º ano do ensino médio do Colégio Santa Maria, de classe média alta, chamou atenção para os perigos de um jovem ao volante. Segundo informações de amigos da escola, essa não teria sido a primeira vez que o adolescente havia pego o carro do avô, ao que tudo indica, sem autorização. Havia cerca de seis meses, o estudante estava morando com ele, o médico Antônio José da Rocha Nogueira dos Santos, e com a avó, na Avenida Boa Viagem. Filho de pais separados, segundo amigos, era amante da velocidade, gostava de fazer manobras perigosas, inclusive com o quadriciclo, na praia de Maria Farinha.
Na noite do acidente, voltava dos jogos escolares do Colégio Boa Viagem. De carro, sozinho e fora do roteiro da casa dos avós maternos. Testemunhas contaram que ele vinha a mais de 120 quilômetros por hora, ultrapassando os sinais vermelhos, fazendo manobras arriscadas na pista, como zig-zag. "A batida foi tão forte que ouvimos um grande barulho dentro de casa. A árvore foi arrancada pela raiz e o poste ficou inclinado. Os familiares chegaram logo depois, desesperados", contou a recepcionista Leiliane Tenório, que mora na Avenida Domingos Ferreira.
"A gente tinha combinado de ir para os jogos escolares, mas terminei encontrando com a turma lá mesmo. Só não entendi o motivo de ele ter passado do caminho de casa", comentou um amigo da escola. Há suspeitas de que ele havia ingerido bebida alcoólica. Alguns colegas do colégio informaram que ele estava depressivo e que fazia tratamento psicológico, mas familiares não confirmaram.
No local do acidente, um homem se identificando como empregado da família foi o primeiro a chegar. Comentou que Thiago esperou todos dormirem para pegar o carro. Como o porteiro do prédio seria novato, não impediu a saída do adolescente, atitude que os demais funcionários do edifício supostamente tomavam.
O trânsito chegou a atrasar a chegada do socorro. "Quem passava, parava e piorava a situação. Um médico disse que se viesse um socorro rápido, talvez ele tivesse chance", comentou a delegada Silvana Lélis, que passava pelo local. O sepultamento aconteceu ontem, às 17h, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, sob forte emoção. (Marcionila Teixeira)

Fonte: DP

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