DEM e PMDB lideram o ranking da corrupção no País.

Um dos mantras que a oposição ao Governo Lula entoa, monotonamente, desde o primeiro semestre de 2005, diz que nunca houve tanta corrupção na República. Contudo, o dossiê ''Políticos cassados corrupção eleitoral'', divulgado dia 4 de outubro relacionando os 339 processos julgados pelo TSE e os 623 políticos cassados, é um retrato mais fiel das irregularidades. Ele traz os resultados daqueles processos, desde 2000, ano em que entrou em vigor a Lei 9.840, de iniciativa popular, e que determina a cassação dos mandatos dos eleitos condenados por captação ilícita de sufrágio, condutas vedadas aos agentes públicos e abuso de poder.
O dossiê, elaborado pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, é um laudo acusatório contra os grandes partidos que estão entre o centro e a direita do espectro político. O campeão das cassações é o DEM (ex-PFL), com 69 casos, ou mais de um quinto do total (20,4%). O PMDB vem em segundo lugar, com 66 casos (19,5%), e o PSDB fecha a lista dos primeiros colocados, com 58 condenações (17,1%). Juntos, os três grandes têm 193 condenações; isto representa mais da metade delas (57%).
O PT, transformado pela direita e mídia comercial no grande vilão da corrupção, está no décimo lugar na lista, com 10 cassações (2,9% do total). O PCdoB, respeitando suas oito décadas de existência, não teve nenhuma.
O levantamento se restringiu apenas às cassações feitas pela Justiça Eleitoral. Elas se referem à perda de mandatos, entre 2000 e 2006, de quatro Governadores e vices, seis Senadores e suplentes, oito Deputados Federais, 13 estaduais e 58 Vereadores. O grosso é formado por Prefeitos e vices: 508 casos. O eloqüente silêncio da grande imprensa e dos parlamentares dos grandes partidos a respeito destas revelações, estas sim, factuais, concretas e passadas em julgado, reforça um silêncio comprometido e comprometedor, o silêncio de quem tem culpa no cartório.

Reportagem: Lissandro Nascimento.

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