PAULO AUTRAN NA VITÓRIA‏

Conforme combinado com os nossos internautas, publicamos adiante o e-mail que recebemos do Jornalista Marcus Prado, que nos conta que conheceu o saudoso ator Paulo Autran por intermédio do nosso conterrâneo escritor Osman Lins. Confiram:
A morte de Paulo Autran, na última sexta-feira, me fez lembrar dos encontros que tive com ele, em São Paulo, levado pelas mãos do escritor vitoriense Osman Lins, de quem o famoso ator era amigo e intérprete teatral. Tive a sorte de estar no Rio de Janeiro, quando a famosa peça "Lisbela e o Prisioneiro" teve suas primeiras encenações pela Companha Tônia-Celi-Autran, CTCA, à frente Tônia Carrero e Rodolfo Mayer. Lembro-me que Osman era tratado com muito respeito e carinho pelos diretores da Companhia. Tive a sorte ainda , depois de muitos anos, de reencontrar o ator, mais uma vez como intérprete de um texto famoso de Osman Lins, nas filmagens do curto-metragem A PARTIDA. A autora, minha amiga Sandra Ribeiro (nova coincidência!), é minha vizinha no condomínio onde moro, em Olinda.
O curta-metragem A Partida é uma adaptação fílmica de um conto do conterrâneo Osman Lins. Estrelada por Paulo Autran e Geninha da Rosa Borges, o filme já foi exibido no Auditório da FACOL, que deu seu patrocínio à produção de Sandra. Numa das suas raras visitas ao Recife, tive a oportunidade de levar o Paulo Autran a conhecer, embora rapidamente, a terra de Osman Lins, o cenário autêntico da peça teatral LISBELA E O PRISIONEIRO. Disse-lhe que, depois de Pedro Bloch, que levou à cena AS MÃOS DE EURIDICE, há cerca de 40 anos, no teatro ( que não mais existe, foi inexplicavelmente demolido) do Colégio 3 de Agosto, a cidade não teve jamais um visitante tão ilustre como ele no campo da arte teatral. Quase lhe diria que a Vitória, negando o seu passado histórico no campo da cultura, é atualmente paupérrima nesse setor. Infelizmente, não havia ainda em funcionamento a Companhia dos 10, com a presença estimulante de Cristina Francelino.
Inspirado na peça teatral de Osmasn Lins, realizei na Vitória de Santo Antão um longo ensaio fotográfico, com a participação de atores vitorienses, no mesmo cenário original da peça, a cidade da Vitória de Santo Antão, nunca aproveitado nas adaptações filmicas de Osman.
Natural da Vitória de Santo Antão, Osman Lins perdeu a mãe com poucos dias de nascido e foi criado pela avó. Pobre, aos 17 anos foi estudar na capital, onde fez carreira na área de finanças e como escritor. Em 1962, aposentado do Banco do Brasil, foi morar em São Paulo, donde teve sua obra literária projetada nacionalmente. Quem lhe deu os primeiros estímulos para a criação literária foi o professor José Aragão, fato sempre ressaltado pelo discípulo.
Marcos Prado.
Reportagem: Alexandre Rogério e Lissandro Nascimento.

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