Estréia do Jornalista Marcus Prado como nosso Colunista

Coluna de Marcus Prado - Diretor do Jornal da Cidade
O Meio Ambiente e as terras agrícolas da Vitória

O Prêmio Nobel da Paz concedido a Al Gore e ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) representa que o meio ambiente tomou definitivamente a pauta das preocupações políticas ao redor do mundo. Inertes e coniventes com a degradação da natureza ao longo dos anos, os governantes tentam agora se redimir e discutir ações para que a população não seja massacrada, por exemplo, pelas intempéries climáticas.
A bandeira do meio ambiente começou a ser erguida pelas organizações não-governamentais (ONGs) por volta da década de 70, que mostraram incansavelmente com campanhas e alertas as conseqüências do progresso sem a preocupação ambiental. As orientações não foram seguidas e a população, agente ativo da destruição, tenta suportar o calor excessivo e a estiagem prolongada.
Após o anúncio da concessão do Premio Nobel da Paz, o presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, solicitou que países em desenvolvimento – Brasil, China e Índia – não insistam nos erros cometidos pelas potências econômicas. Ressaltou também em suas declarações a preocupação com a floresta Amazônica, uma das responsáveis por captação e seqüestro de carbono.
As ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e da Casa Civil, Dilma Rousseff, foram ágeis para salvar o governo brasileiro de um bombardeio internacional. Afirmaram que o País não vai utilizar áreas agricultáveis destinadas à produção de alimentos para o cultivo de plantas que produzem biocombustível. O pronunciamento é uma resposta clara ao desmatamento da floresta Amazônica para a produção de cana-de-açúcar, atividade em franca expansão.
Se há preocupação com a floresta, na Vitória de Santo Antão, entretanto, a cana de açúcar ocupou a maioria das terras agricultáveis há mais de 200 anos. No JORNAL DA CIDADE , com sua edição inaugural marcada para os próximos dias, vamos mostrar como a cultura canavieira está presente na economia local e quantos hectares são cultivados. Vamos mostrar também como nessa imensidão sobra pouco espaço para outras lavouras. Vamos destacar, por outro lado, a importância que o municipio ocupa no cenário do agronegócio das chamadas "folhosas", destacando os polos dos distritos de Natubae Pacas . A questão também se reflete na cobertura vegetal: a vegetação natural se restringe a poucos hectares. O número coloca a cidade como uma das primeiras que possuem os menores índices de cobertura vegetal remanescente da Zona da Mata.
Cálculo realizado por pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) a pedido do JORNAL DA CIDADE, revela que os 6 municípios da região agrícola da Zona da Mata emitem anualmente 206.763 toneladas de gases poluentes, produzidos pela queima de cana-de-açúcar.
Para que a vida na Terra seja, pelo menos, suportável nos próximos anos, ações individuais e na esfera pública terão de ganhar corpo e andar no mesmo passo. Passou da hora dos emergentes, incluindo o Brasil, parar de jogar a culpa exclusivamente nas potências quando o assunto é degradação ambiental. A preservação do meio ambiente é responsabilidade de todos.
Finalmente, quero louvar a iniciativa da Direção da Facol, pelo seu ousado projeto EXPOFACOL 2007, (
www.expofacol.com) com uma programação amplamente diversificada para os debates do desenvolvimento sustentável, de 24 a 27 de outubro.

0 comentários:

Postar um comentário

Aproveite este espaço com responsabilidade e exerça seu papel de cidadão .