Capítulo II
A CIDADE DE BRAGA

“A sua povoação é alta: aos sábados se matam nela vinte e cinco até trinta bois; aqui há outra feira nesses dias, donde os moradores vendem os seus efeitos e panos de algodão, que fabricam nessa freguesia em abundância, por cujo motivo vêm comboios de sertão e de Minas a comprar este gênero neste lugar. Os habitadores também criam seus gadinhos por serem já lugares de sertões; outros vivem de suas engenhocas de fazer rapadura e o consumo destas é o Sertão” Trecho de um documento do século XVIII..

Em 1626, o português Diogo de Braga, vindo da ilha de Santo Antão do Cabo Verde, se instalou com sua família no local da atual cidade da Vitória de Santo Antão. As indicações históricas mostram que ele construiu algumas casas e fixou residência à margem esquerda do Tapacurá. Data ainda dessa época a edificação de uma capela em homenagem a Santo Antão, que era invocado contra as feras e os animais selvagens que povoavam a região.

Vários cronistas da época se referiram à existência do povoado denominado de Cidade de Braga. As informações mais constantes são do século XVII e estão relacionadas com os combates efetuados contra os holandeses. Após a fase de implantação, o povoado passou a se designar Santo Antão da Mata, tomando do padroeiro sua definitiva denominação.

Pela sua situação central, eqüidistante da capital e do interior do Estado, tornou-se a povoação de Santo Antão da Mata ponto de natural convergência dos moradores da região circunvizinha e dos tropeiros sertanejos que conduziam boiadas para as feiras semanais de gado, nas quais se abasteciam, vindo daí seu notável desenvolvimento no século XVIII.

No século XVII, passada as atribulações internas, em particular o conflito colonial com os holandeses, o povoado, ainda chamado de Freguesia de Santo Antão, passou a desfrutar de um rápido crescimento, o qual se credita à expansão agropecuária e especialmente à produção de açúcar, legumes e cereais. Além do mais a penetração colonial, com a ampliação da fronteira pecuária, deve ter provocado efeitos na ocupação sócio-econômica do Vale do Tapacurá e, por extensão, do povoado de Santo Antão da Mata.

Outras informações testemunham o rápido crescimento demográfico do povoado. Segundo “Informação Geral da Capitania de Pernambuco, em 1746” dispunha a paróquia de 1.982 pessoas. Em 1774, a população de Santo Antão já era de 4.866 o que demonstra uma mudança sensível de seu contingente demográfico em quase quatro décadas.




0 comentários:

Postar um comentário

Aproveite este espaço com responsabilidade e exerça seu papel de cidadão .