COLUNA DO JORNALISTA MARCUS PRADO

Economia: Pessoas cada vez mais perdem o controle

As pesquisas mostram que o número de brasileiros que não estão conseguindo pagar seus empréstimos subiu quase 7% nos primeiros quatro meses deste ano. Os economistas demonstram que este fenômeno se dá pela alta da inflação, pois com a inflação em alta a dificuldade de controlar o orçamento aumenta.
Mas entendemos que além da inflação, outro motivo que têm levado os cidadãos a descumprirem seus compromissos financeiros é a facilidade que as financeiras e bancos concedem empréstimos. A oferta das financeiras se faz nas suas sedes e nas ruas onde adolescentes "panfleteiam", e praticamente arrastam idosos e pessoas menos esclarecidas a tomarem dinheiro emprestado, que se refletissem mais, trocassem idéias com outros membros da família, veriam a impossibilidade de cumprirem o compromisso.
Temos os caixas eletrônicos, oferecendo valores já definidos para os clientes, bastando algumas "tecladas" para sair com o dinheiro no bolso.
Pessoas cada vez mais perdem o controle. Um cheque pré-datado no mercado vai sendo coberto por outros até que a dívida fica maior do que o saldo no banco. "Eu estava com esses cinco cheques na rua e na data exata não teria o dinheiro para cobrir", comentou a cliente de um banco.
De janeiro a abril, o número de brasileiros que deixaram de pagar contas chegou a 6,7%. No mesmo período do ano passado, o índice de inadimplência era de apenas 0,39%, segundo pesquisas divulgadas.
As pesquisas mostram ainda que a maior parte das dívidas é com bancos. Depois vêm financeiras e operadoras de cartão de crédito. A administração do orçamento doméstico fica complicada quando falta planejamento e a inflação está subindo.
Além das ofertas, covardes e duvidosas, feitas pelas instituições acima, o aumento da inflação, ou seja, o aumento sobre os produtos alimentícios, acaba diminuindo a renda que o consumidor tem para pagar as dívidas que já assumiu.
Crédito fácil no comércio também pode ser apontado como causa da inadimplência: compras com prazos longos e prestações pequenas, que parecem caber no bolso. Fica muito fácil comprar, e depois os carnês vão se acumulando, e o consumidor se dá conta que tem em mãos uma variedade muito grande de compromisso, que individualmente, considerando o valor baixo de cada um, seria insignificante. Tanto que tem gente que compra demais e na hora de pagar todas as contas tem problemas, por falta de condições financeiras para quitar todas elas.
O volume de crédito acaba se tornando grande demais e as pessoas acabam por não dar conta do pagamento de todas as prestações assumidas, que individualmente pareciam insignificantes, mas na soma se tornam valores significativos, e em muitos casos, fora de seus orçamentos.

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