Rodovias federais têm um bafômetro a cada 150 km

O número é uma dificuldade para a fiscalização da nova lei, para fiscalizar os 61 mil quilômetros de estradas federais, a Polícia Rodoviária Federal conta com apenas 500 bafômetros, que ficam nos 400 postos. Descontados os aparelhos que vão para manutenção, isso significa um aparelho em funcionamento a cada 150 km. O número é apontado como uma dificuldade para a fiscalização da nova lei, em vigor desde a última sexta-feira, que tornou ilegal dirigir com concentração a partir de dois decigramas de álcool por litro de sangue, o equivalente a um chope.
Como, às vezes, a distância entre um posto e outro é maior do que 150 km, alguns motoristas têm de ser conduzidos por até 100 km para serem submetidos ao teste, diz Alexandre Castilho, diretor do departamento de comunicação social da Polícia Rodoviária Federal. Segundo ele, dos 500 bafômetros, entre 10% e 15% costuma estar em manutenção. O ideal, diz, é que existisse um para cada veículo (2.000), o que, diz, deve ocorrer em dois anos. Cada bafômetro custa, em média, R$ 7.000, segundo a Polícia Militar de São Paulo.
Apesar da dificuldade, o número de flagrantes de motoristas alcoolizados em rodovias federais aumentou mesmo antes da nova lei. Em 2007, 6.950 motoristas foram autuados por embriaguez. Neste ano, até o fim de maio, foram 4.199. Mônica Melo, presidente da Associação Nacional de Detrans (Departamentos Estaduais de Trânsito), afirma que os governos têm, sim, condição de fiscalizar. “Ela (a fiscalização) não é onipresente, mas existe e pode ser grande inibidora de atos infracionais’’.
Ela elogia o maior rigor da lei. “Há muito expectativa, como quando o cinto de segurança se tornou obrigatório, com uma diferença: o cinto minimiza o risco de lesão; a tolerância zero (ao álcool) é mais, é prevenir acidentes’’, diz Monica Melo.
EstradasEm São Paulo, o número de bafômetros por km é ainda menor: um a cada 290 km. Os 82 bafômetros à disposição da Polícia Rodoviária Estadual não são suficientes para os 24 mil quilômetros de estradas, na opinião de dois especialistas em trânsito ouvidos pela reportagem. Eles defendem uma ação concentrada. Para isso, dizem, seriam necessários de 200 a 250 aparelhos.
A Polícia Rodoviária Estadual está testando 30 bafômetros “passivos’’, que apontam a concentração de álcool quando alguém se aproxima - sem a necessidade de soprar. Na capital, a Polícia Militar usa 14 bafômetros em seus comandos de fiscalização. Até o fim do mês, outros 45 aparelhos devem passar a ser usados.
Reportagem: Alexandre Rogério

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