Quem vender chumbinho vai ser preso em flagrante, diz delegado

A partir de julho, quem for pego vendendo chumbinho vai ser preso em flagrante. É que informa o delegado do consumidor, Roberto Wanderley. Segundo ele, durante três meses, as polícias civil e militar, em conjunto com as agências de vigilância sanitária e de desenvolvimento agropecuário promoveram uma ação educativa. “Agora chegou a hora de punir”, disse.
O chumbinho é um agrotóxico, utilizado nas plantações de cana-de-açúcar, por exemplo. A venda para uso doméstico como veneno para ratos, entretanto, é proibida em Pernambuco. "Quem for pego comentendo esta infração poderá ser preso por até 15 anos", declarou o delegado.
A ação educativa que antecipou esta decisão da polícia atingiu os mercados públicos do Recife e demais locais onde é fácil encontrar o produto. Os próprios vendedores admitem que não é muito difícil conseguir chumbinho: “De vez em quando aparece alguém vendendo por aqui”, disse o ambulante Daniel Paulo de Lima.
Ele trabalha em uma barraca na Avenida Dantas Barreto, centro do Recife, e vendia chumbinho há seis meses atrás. Deixou de vender por conta da ação educativa.
A preocupação da polícia é justificável. No ano passadfo, 41 pessoas morreram vítima do chumbinho, quase o triplo do número de mortos pela mesma causa em 2006, quando 16 pessoas faleceram. No último sábado (31), quatro crianças foram intoxicadas, provavelmente pelo agrotóxico.
“Este tipo de envenenamento pode ser tratado com antídoto, desde que descoberto prematuramente. De qualquer forma, o chumbinho é um perigo, principalmente para as crianças”, declarou a médica Lucineide Porto, coordenadora do Ceatox. A venda de chumbinho é proibida em Pernambuco.
CRIANÇAS ENVENENADAS
Continua grave o estado da menina Larissa Nunes Queiroz, 8 anos, vítima de intoxicação possivelmente por conta da comida servida em uma festa infantil, no sábado à noite (31). A criança está na UTI do Imip e não mostrou grandes melhorias no quadro de saúde desde quando foi internada.
Outra criança que também corria risco, Aldry Davidson da Silva, de seis anos, deixou a UTI do Hospital Português na segunda (2) e está em observação em um quarto do hospital. O quadro dele é estável.
Aldry e Larissa apresentaram quadro de intoxicação depois que chegaram em casa da festa. Além dos dois, uma terceira criança também ficou envenenada, mas não teve a mesma sorte: Lucas Acioli Correia, de 10 anos, faleceu. O enterro foi na segunda-feira.


Reportagem: Alexandre Rogério

0 comentários:

Postar um comentário

Aproveite este espaço com responsabilidade e exerça seu papel de cidadão .