O erro
Collor reconhece que dedicou apenas 10% de seu tempo à relação entre o governo e os partidos com representação no Congresso. Um erro, admite ele, que o diferenciou do atual presidente, "90%" do tempo dedicado à política.
Em 2005, a gestão Lula foi alvo de um dos maiores escândalos de corrupção da história recente do país. Apesar do desgaste gerado pelas denúncias do mensalão, não esteve nem perto de ser formalmente julgado. "O que me faltou à época foi essa base parlamentar (que Lula tem)", disse.
Enquanto Collor iniciou seu mandato com o apoio formal de pouco mais de 8% dos deputados, Lula construiu rapidamente uma confortável maioria e ainda exibe uma folgada base de sustentação na Câmara, Casa que autoriza eventuais julgamentos de impeachment.
Ao assumir a Presidência, Collor se deparou com um país que vivia o drama da hiperinflação, em níveis de 80% ao mês.
Número de azar
Primeiro presidente eleito pelo voto direto após o regime militar, amparado na bandeira eleitoral do combate à corrupção,promoveu a abertura do mercado nacional às importações e iniciou o programa de desestatização.
Ele congelou preços e salários e, por meio da medida provisória 168, confiscou depósitos bancários e investimentos por um período de 18 meses, num ato que viria ao longo do tempo desidratar seu frágil apoio parlamentar.
Ele renunciou ao cargo na tentativa de evitar o processo de impeachment, mas não obteve sucesso.
Hoje, de volta ao jogo político, e com liberdade para voltar à concorrer à Presidência, ele diz ser "impossível" saber se recuperou a confiança do povo brasileiro.
"Para isso eu teria de concorrer (à Presidência) de novo", sorri.
Como ex-presidente, tem direito a dois assessores especiais e quatro seguranças do Exército, além da estrutura que o Senado oferece.
Dezessete anos depois de deixar o Palácio do Planalto, a poucos metros do Congresso, Collor despacha do outro lado da rua. Seu novo local de trabalho é um extenso e organizado gabinete localizado no 13o andar do Senado Federal.
"Se fosse supersticioso, não estaria aqui", disse o senador, brincando, numa alusão ao número de azar e ao número do PT, um dos partidos mais aguerridos durante seu processo de impeachment.
Fonte: Blog do Jamildo
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