Salário bem abaixo das necessidades

Um trabalhador que recebe um salário mínimo por mês, ou seja, R$ 465, deveria ganhar quatro vezes mais para suprir as necessidades dele e de sua família.

Produtos alimentícios que compõem cesta básica subiram mais no Recife. Foto: Alexandre Gondim/DP/D. A Press
 Em maio, este valor seria de R$ 2.045,06 - R$ 72,42 acima dos R$ 1.972,64 que eram necessários em abril. Os dados foram divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base na pesquisa sobre o preço da cesta básica.
O levantamento é realizado em 17 capitais. Em 15 delas houve reajuste no preço da cesta básica, sendo o Recife o município onde ocorreu o maior aumento, de 8,57%. Na capital pernambucana, a cesta básica custava R$ 191,79 em maio, um acréscimo absoluto de R$ 15,14 em relação ao mês de abril.
"Mesmo com a política de reajuste do salário mínimo, importante principalmente em tempos de crise, o valor ainda está muito aquém do que o necessário para que o trabalhador conseguisse viver atendendo todas as necessidades", destaca a supervisora técnica do Dieese em Peranmbuco, Jackeline Natal.
Além do Recife,as maiores altas aconteceram em Natal (4,9%), Salvador (3,9%) e Porto Alegre (3,67%). A capital do Rio Grande do Sul é o lugar onde a cesta básica é mais cara: R$ 243,43. As duas cidades onde ocorreram reduções foram Rio de Janeiro (-0,71%) e Fortaleza (-0,51%). A cidade de Aracaju registrou um reajuste de 3,08% no valor da cesta básica, mas ainda é a capital onde o preço é menor: R$ 168,8.
Apesar da maioria dos produtos da cesta básica ter os preços reduzidos, alguns itens puxaram o reajuste. Foi o caso do tomate, da banana e do açúcar. Em relação ao tomate, o preço subiu em dez cidades, com destaque para Natal (53,89%) e Recife (53,8%). Já a banana foi reajustada em 18,19%, em maio, e em 4,9% em 12 meses, no Recife.
"Segundo o calendário da Ceasa a oferta de tomate está regular, enquanto a banana está no período de entressafra. Um dos fatores que podem ter contribuído para esta alta são as chuvas, que afetam a qualidade dos produtos e prejudicam o transporte, refletindo no preço", explica Jackeline Natal.Açúcar - No caso do açúcar, o Dieese aponta reajuste em 15 capitais. As maiores altas foram registradas em Goiania (77,03%) e Belém (54,62%). No Recife, o preço ficou mais caro 9,92%, enquanto em Belo Horizonte o valor ficou 8,7% mais barato. Na avaliação da técnica do Dieese, o preço do açúcar também é influenciado pela expectativa de que a safra mundial 2008/2009 seja 7,8 milhões de toneladas menor do que a anterior, o que afeta o preço internacional.
Entre as maiores quedas aparecem o feijão e o arroz, cujos preços ficaram menores em 16 cidades. Apenas em Salvador o feijão foi reajustado em 0,74%, enquanto o arroz teve o preço elevado em Porto Alegre (1,08%). No Recife, o feijão ficou 0,43% mais barato em maio. Em 12 meses o preço caiu 43,48%, passando de R$ 4,60 para R$ 2,60. Já o arroz variou -1,83%, mas em um ano aumentou 11,94%, passando de R$ 2 para R$ 2,24.
O Dieese ajustou os locais pesquisados e retirou estabelecimentos da Região Metropolitana, mantendo apenas os localizados no Recife. Foi incluídona pesquisa o leite de caixinha. Antes, apenas o leite vendido em saco era pesquisado

Fonte: DP

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