Coluna do Jornalista Marcus Prado


SANTO ANTÃO - NOSSO PADROEIRO


" (...) A cidade da Vitória de Santo Antão, como sede de Paróquia, nasceu privilegiada pela escolha de seu Padroeiro e pela sorte, acho que iluminada por Deus - que devemos sempre agradecer - de contar com a presença de grandes vultos do Clero, mandados para o ministério da Palavra que salva. A palavra da Igreja como referencial de verdade para o mundo. Quando li, pela primeira vez, e comentei em artigos de Imprensa, "Os Santos que Abalaram o Mundo", do escritor e jornalista austríaco René Fulop-Miller, fiquei maravilhado com o legado de Santo Antão à humanidade cristã. Ele aparece na obra de RFM, em primeiro lugar, numa lista encabeçada por São Francisco de Assis, Santo Agustinho, Santo Inácio, Santa Tereza. Entre os vinte e cinco mil santos reconhecidos pela Igreja, apenas cinco foram escolhidos para integrar esse livro. São os cinco a quem a renúncia, a inteligência, o amor, a vontade e o êxtase habilitou-os a imitar a Cristo e a servir de guias no caminho para a perfeição humana. Além disto, a vida dos santos contém uma mensagem de fé, beleza e esperança.

(...) Compreendo porque, embora não morando na minha terra natal, com residência noutra cidade, esteja onde estiver, jamais deixarei de ser na verdade um paroquiano de Santo Antão do Egito, de Santo Antão, o Eremita, de Santo Antão o anacoreta, de Santo Antão, "pai de todos os monges", de Santo Antão pintado pelo pintor barroco espanhol Francisco de Zurbarán (vi, perto de mim, o Santo Antão pintado por ele, peça de rara beleza, existente no anexo de Museu do Prado, em Madrid), o Santo Antão pintado pelo genial Diego de Velásquez (o belo quadro que vi, demoradamente, mais de uma vez, numa sala do Museu do Louvre, em Paris); o Santo Antão e as tentações tantas vezes descritas, que inspiraram numerosos artistas, designadamente Hieronymus Bosch, Pieter Bruegel, Dali (belíssimo, o quadro pintado pelo famoso surrealista espanhol, que vi, certa vez, no Metropolitan, de N.York), sem esquecer o Santo Antão de Max Ernst, Matthias Grünewald, ou o Antão de Gustave Flaubert. E mais: o Santo Antão que inspirou a poetisa Albertina Lagos, no poema que virou Hino de louvor ao padroeiro, publicado neste livro, além do Santo Antão longamente citado numa Tese, que li, apresentada por minha amiga Vera Jurkevics ao Curso de Pós- Graduação em História, da Universidade Federal do Paraná, como requisito à obtenção do grau de Doutor em História: o Santo Antão fervoroso que, aos vinte anos, tomou o Evangelho à letra e distribuiu todos os seus bens aos pobres, indo viver no deserto. Lembro também o Santo Antão que deu aos padres capuchinhos italianos a inspiração para construir um dos mais belos templos religiosos do Interior do Estado, nesta cidade, a nossa Igreja Matgriz. Assim como o Santo Antão que existe em forma de imagem esculpida, no Altar de sua Igreja, nesta cidade, a talvez mais bela do Santo existente até hoje no mundo inteiro.

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