Isto poderia ter sido evitado?

Durante toda esta sexta (25/01) a imprensa pernambucana constata in loco um dos vários problemas estruturais que nossa cidade possui. Um dia após o caso de desabamento no Cemitério São Sebastião, a PMV isola a área com a Guarda Municipal e cobre os restos mortais com lonas preta.
Uma tragédia que danificou cerca de 50 gavetas, desabrigou cinco famílias e provocou a interdição de 29 casas naquela barreira. Das 29 famílias que tiveram as casas interditadas pela Defesa Civil, 14 assinaram um termo de compromisso porque não queriam sair. Para a Dona-de-casa Marli Maria (uma das atingidas), a responsabilidade pelo desabamento é da Prefeitura. De acordo com ela, o muro do cemitério apresentava várias rachaduras, sem qualquer reparo. "Eu estou muito nervosa, mas não vou sair da minha casa. Só se meu marido quiser mesmo. É um absurdo o que aconteceu. A prefeitura vai ter que resolver a nossa situação. Eu moro aqui há mais de 20 anos", protestou.
Parentes dos mortos estão revoltados, pois não sabem quais são as providências tomadas pela Prefeitura de Vitória para preservar as gavetas com os restos mortais que ficaram expostas com o desabamento do muro. Alguns caixões foram soterrados pelo barro que dava sustentação ao muro do cemitério e serão difícies de serem identificados.
Na parte das gavetas mais atingidas pelo desabamento do muro, não havia nenhuma casa construída. Existia, sim, uma lacuna nesta área da barreira, que provavelmente facilitou o deslocamento do barro. Um morador, conhecido apenas como "Ci", derrubou sua residência para levantar outra e teria feito escavações irregulares no local, segundo avaliações preliminares da Defesa Civil. Segundo garantiram os moradores não houve qualquer fiscalização da prefeitura nesta obra.
Do lado esquerdo do muro traseiro do cemitério, na mesma rua Eurico Valois (Estrada Nova), outra suposta irregularidade com aval do governo municipal. O Prefeito José Aglaílson (PSB), cedeu um terreno imenso a casas comerciais bem em baixo da barreira onde se ergueram as residências atingidas pelo desabamento (conforme fotos abaixo). É bom frisar que esta área tem supervisão da RFFSA. As paredes da área comercial estão coladas no barro. Não há muro de arrimo e nada impede um desastre maior. De baixo para cima, na área comercial, só há barro molhado e casas inseguras.
Em meio ao caos, a secretária municipal de Assistência Social, Andréa Maelly, afirmou que a PMV garantirá auxílio moradia às famílias que resolveram deixar suas casas ameaçadas, no valor de R$ 60,00.
Para Andréa, não há irregularidade na construção da nova área comercial. Ela ainda assegurou que a guarda municipal ficou responsável pela segurança da área atingida pelo desmoronamento para evitar a violação dos túmulos. "A prefeitura estava fazendo manutenção no cemitério. Não sei porque isso aconteceu", afirmou a secretária, dizendo que outras providências serão tomadas.




Reportagem> Lissandro Nascimento.
Fonte> Diário de Pernambuco.

1 Comentário:

Anônimo disse...

Respondendo a pergunta inicial: "É claro que poderia". Só que ao contrário do pensamento de várias pessoas eu acho que a responsabilidade é todos, pois, como pode alguém que joga lixo nas ruas, boeiras, galerias, etc. reclamar de inundações? Como podem pessoas que constroem casas de maneira irregular colocarem a culpa apenas no vizinho e na PMV?
O problema é que é mais fácil arrumar "bodes" pra assumir seus problemas do que fazer apenas a sua parte.
Agora, essa da destruição e invasão da aréa por onde passava a linha férrea eu fiquei sem entender!

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