Os professores das escolas estaduais decidiram continuar em greve. A decisão foi tomada durante uma assembleia na tarde desta sexta-feira (10), depois que a categoria recebeu a notificação da Justiça sobre a ilegalidade da greve.
“A greve está respaldada na Constituição Federal. O Estado é obrigado a rediscutir o salário dos seus servidores anualmente, e nós queremos o reajuste de 2009”, disse o presidente do Sintepe Heleno Araújo.
Depois da assembléia, os grevistas se reuniram na frente da Secretaria da Educação, na rua Siqueira Campos, no bairro de Santo Antônio, de onde seguirão em caminhada até a Avenida Guararapes, também no centro do Recife, onde os professores vão fazer um ato público.
Em nota publicada no final da tarde desta sexta-feira, a Secretaria de Administração do Estado disse que repudia a decisão dos professores em manter a greve mesmo diante da liminar que atesta a ilegalidade do movimento grevista dos professores da rede estadual e que determina a volta imediata da categoria ao trabalho. O Governo do Estado também reforçou que vai manter o conjunto de medicas anunciadas na última quarta-feira (8), e que vai cortar o ponto de quem não for trabalhar.
ANIFESTAÇÃO
A manifestação dos professores começou cedo. Na manhã desta sexta-feira os grevistas se reuniram em frente ao prédio das Gerências Regionais de Educação (GERES), na Cidade Universitária, no Recife. O protesto foi em resposta à determinação da Justiça, que considerou a paralisação ilegal e mandou que eles voltassem ao trabalho imediatamente.
A decisão foi anunciada na última quinta-feira (9) pelo juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública, Djalma Nogueira Junior. O sindicato esta sujeito a uma multa diária de R$ 20 mil se descumprir a ordem, mas os professores não obedeceram à determinação.
Durante a manifestação em frente ao GERE, os servidores da educação se vestiram preto e distribuíram um manifesto com informações sobre a greve. Eles foram pedir o apoio dos gerentes de ensino à greve. Do outro lado da rua, equipes do Batalhão de Choque da Polícia Militar acompanhavam a movimentação.
Os professores, em greve desde a última segunda-feira (6), pedem um reajuste salarial de 19,2%. O Governo do Estado alega devido a um acordo feito em 2008 de adoção do piso nacional para a categoria, o Sintepe só poderá pedir novo reajuste de salário a partir de janeiro do próximo ano. O Governo também alega que a crise econômica mundial fez reduzir a arrecadação de impostos, o que impede reajustes de salários.
AULAS
De acordo com o sindicato dos trabalhadores em educação, 80% das escolas públicas da Região Metropolitana estão sem aulas. O número não foi confirmado pela Secretaria de Educação, que garantiu que só 30% delas pararam.
De acordo com a Secretaria de Educação, das 1.105 escolas estaduais que existem em Pernambuco 33 pararam e 210 funcionam parcialmente. A secretaria informou ainda que mantém a decisão de cortar o ponto e reduzir o salário deste mês dos professores que insistirem na paralisação.
Fonte: pe360graus
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