Governo e Cremepe discordam sobre projeto de administração de hospitais


O projeto sobre a administração dos futuros hospitais metropolitanos e unidades de pronto-atendimento divide a opinião do Conselho Regional de Medicina (Cremepe) e da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Pelo projeto, o gerenciamento das futuras unidades de saúde caberá a uma organização sem fins lucrativos.
O Hospital Metropolitano Miguel Arraes, em Paulista, deverá ser o primeiro dos três anunciados pelo governo de Eduardo Campos a ficar pronto. A inauguração está prevista para dezembro deste ano.
Enquanto a obra é tocada, surge a discussão sobre como serão administrados não somente os hospitais metropolitanos, mas também as 20 Unidades de Pronto-Atendimento que o Estado pretende construir até dezembro do ano que vem. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que o gerenciamento vai ficar a cargo de uma organização sem fins lucrativos.
Pelo projeto da secretaria, a organização vai administrar um orçamento anual que pode chegar a R$ 38,7 milhões para o Hospital Miguel Arraes. Para as Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) o valor máximo é de R$ 10,3 milhões.
A organização social sem fins lucrativos ficará responsável pela contratação de funcionários, compra de remédios e materiais. O patrimônio e os equipamentos são do governo. A escolha da organização será feita numa seleção pública que levará em conta a experiência que tem na administração de hospitais e o menor custo. O prazo para inscrição dos interessados começa no dia 13 de outubro. O resultado deverá ser anunciado dia 23 do mesmo mês.
O anúncio não foi bem aceito pelo Cremepe. O presidente da instituição, André Longo, argumenta que ao entregar a administração dos hospitais, o Governo do Estado está deixando de assumir uma responsabilidade dele.
“A entrega do patrimônio público, dos hospitais públicos, às organizações sociais sepulta o controle social do SUS e deixa o cidadão mais longe da cobrança, vai ter que cobrar a uma instituição privada”, disse André Longo.
O secretário de Saúde, João Lyra Neto, discorda. "Esse modelo que está aí, de administração direta, está se exaurindo ao longo do tempo. Nós fomos buscar um modelo que está dando certo em São Paulo e na Bahia. O que queremos é melhorar o atendimento em Pernambuco.”



Fonte: pe360graus

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