Em 1637, chega a Pernambuco, vindo da Holanda, o conde João Maurício de Nassau para assumir o comando da administração da nova província. Nassau fez um bom governo e acabou por conquistar a simpatia e a confiança de todos. Porém, ele não concordava com as ordens vindas da Holanda, pois almejava um governo de paz e progresso. Isso não agradou o governo da Holanda, que começou a desconfiar de Nassau e ordenou que ele retornasse a seu país. Seus sucessores começaram a destruir suas obras e a explorar o povo, que começou a se revoltar


João Fernandes Vieira: Homem benévolo e rico proprietário de engenhos. Foi aclamado pelos insurretos como o Governador da Liberdade e Restauração.
Enriqueciam os mercadores na cidade, empobreciam os fazendeiros nos canaviais. Nassau tentara equilibrar a situação, adiando cobranças, protelando dívidas. Agora, que ele não estava mais no poder, os holandeses, ávidos de maiores lucros, apertavam cada vez mais o cerco aos devedores. Por outro lado, os pregadores calvinistas, sem a presença conciliadora de Nassau, passaram a atacar com mais violência, prejudicando e impedindo as atividades religiosas.
Tornava-se insuportável para os católicos e senhores de engenho a dominação holandesa. Enquanto esteve no Brasil, Nassau conseguiu sobrepor-se às nacionalidades e às crenças e harmonizar os interesses. Agora, a conciliação acabara e os brasileiros preparavam-se para expulsar o invasor. Com o apoio do governador do Brasil, Antônio Telles da Silva, André Vidal de Negreiros entrou em contato com aquele que chefiaria o movimento: João Fernandes Vieira. Antônio Telles mandou da Bahia um pequeno grupo de combatentes negros sob o comando de Antônio Dias Cardoso. Juntaram-se ao grupo o índio Felipe Camarão e outros indígenas.
Com essa mistura de raças e credos em defesa da liberdade da província de Pernambuco, aconteceu, em 1645, a Batalha das Tabocas que confrontou 1,9 mil soldados de elite da Holanda, equipados com os melhores armamentos da época e ajudados por alguns índios, contra 1,2 mil negros, índios e brancos luso-brasileiros.
Uma tropa foi enviada por João Fernandes Vieira, um dos principais líderes da Insurreição, para recebê-los com uma emboscada. E deu certo. Os invasores chegaram a dominar grande parte do Monte, mas os luso-brasileiros ganharam terreno. A última investida foi um ataque de 50 negros, que desceram a colina, tocando os tambores e fazendo um barulho ensurdecedor.
Já de noite, após seis horas de combate e debaixo de chuva, os holandeses partiram, derrotados, para o Recife. A vitória nas Tabocas abriu caminho para a definitiva expulsão dos flamengos, que só aconteceria na Campina do Taborda, em 1654. O Monte foi transformado em Parque Histórico Estadual em 9 de novembro de 1978 que é preservado com a ajuda da Organização Não Governamental Guardiões do Monte das Tabocas (ONG.G.M.T.), fundada em 3 de agosto de 1997. Simultaneamente, trabalha a ONG. G.M.T., em pesquisas e levantamentos sobre a vegetação, hidrografia, clima e relevo do território vitoriense e áreas circunvizinhas.

Monte das Tabocas – do alto desse monte caiu sobre o invasor a fúria da revolta. Os combatentes pernambucanos sentiam-se um povo, e um povo de heróis
0 comentários:
Postar um comentário
Aproveite este espaço com responsabilidade e exerça seu papel de cidadão .