O lixo reciclável vai valer desconto na conta de energia. O programa, que foi batizado de Ecocelpe, começa hoje e é aberto a participação de qualquer consumidor, sejam eles clientes residenciais, condomínios, indústrias e empresas em geral. No entanto, segundo a Celpe, distribuidora que está promovendo o projeto, as comunidades de baixa renda e entidades filantrópicas serão os maiores alvos. Não há limite para o bônus, inclusive sendo permitido zerar todas as despesas com o consumo de energia e ainda deixar créditos para o próximo mês. Inicialmente, espera-se coletar 2 toneladas de lixo por mês. Mas a meta é alcançar um volume mensal entre 30 e 50 toneladas, movimentando com a venda do lixo algo em torno de R$ 15 mil e 25 mil por mês. "Hoje em dia, a energia está muito cara. Vai ser mais estimulante juntar o lixo reciclável", afirma Dirce Gomes, 47 anos. Na sua casa, tudo que pode ser reciclado é separado do lixo comum. "No banheiro, por exemplo, só não guardo o papel higiênico porque não pode ser reciclado, mas o rolo do papel, as embalagens de sabonete e pasta de dente, tudo isso eu guardo", conta ela. Até entre os pequenos a consciência ambiental está disseminada. "Minha neta de 7 anos não joga fora nem o plástico do confeito e ainda fiscaliza todo mundo", relata. Síndica do Edifício Ticiana, na Madalena, há um ano, implantou a coleta seletiva no condomínio. Entretanto, segundo ela, apenas 60% dos moradores contribuem. "Com este programa, mais pessoas passarão a se interessar pela coleta seletiva, já que elas poderão ganhar alguma coisa a partir disso", defende. Para obter o bônus, o usuário precisa se cadastrar no posto de atendimento do Ecocelpe, na Avenida João de Barros. "O titular deve levar a conta de energia e um documento de identidade para ser confeccionado o cartão do programa que tem um chip para gravar o volume de lixo que foi coletado pelo usuário. Os créditos serão abatidos automaticamente na próxima conta", explica o diretor-presidente da Celpe, José Humberto Castro. Além do desconto na própria conta, o consumidor pode optar por ajudar instituições filantrópicas. "Basta levar o lixo e creditar o volume recolhido na conta de uma das entidades cadastradas", explica João Bosco Leal, gestor do Ecocelpe. O abrigo Lar de Jesus (Torre), Creche Tia Zete (Pina) e Abrigo Filhos de Deus (Santo Amaro) são as opções disponíveis até o momento. "Implantamos o projeto na Coelba (distribuidora baiana) com muito sucesso", declara Marcelo Corrêa, presidente do Neoenergia, grupo proprietário da Celpe. Na Bahia, onde o projeto funciona há dois meses, foram beneficiadas mil famílias e coletadas 10 toneladas de lixo reciclável. Os clientes baixa renda, que hoje são beneficiados com a tarifa social, também poderão ganhar o desconto. "Inclusive, na Bahia, como as contas da tarifa social está em torno de R$ 25, há pessoas que conseguiram ficar até sem pagar a conta", diz. O recolhimento do material será feito pela Evafran Soluções Ambientais. Nos primeiros meses do programa, a entregado material só poderá ser realizada no posto fixo da Ecocelpe. "Mas a idéia é que dentro de 60 dias, sejam criados postos móveis", afirma o diretor da empresa, Helder Araújo.
Reportagem: Alexandre Rogério
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