O setor industrial recebeu com preocupação a notícia de que o reajuste na conta de luz será maior do que se imaginava. Se a atividade já não havia sido contemplada com redução de tarifa, agora, o prejuízo ganhou outra proporção. Antes da liminar, favorável à Celpe, o aumento médio para a indústria seria de 4,86%. Agora, a tarifa será de 11,46%. Dependendo do tipo de indústria, a conta vai ficar mais cara em 12,20%.
Na avaliação do vice-presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe) e presidente do Conselho de Infraestrutura da entidade, Ricardo Essinger, o aumento será como um tiro na competitividade do setor. “A Celpe deixou de ser parceira de Pernambuco e hoje está mais para inimiga pública”, critica. O empresário destaca que o aumento dos custos só vai piorar a situação do setor produtivo, que já vive um momento adverso, em função do cenário de crise. “Isso sem falar que a Celpe não está se alinhando ao momento do Estado, que vive um processo de estímulo à atração de investimentos, com a chegada de empreendimentos estruturadores, enquanto a companhia atrapalha o empresário”, observa.
Essinger diz que, de certa forma, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também contribuiu para que a Celpe tivesse brecha de questionar o reajuste das tarifas judicialmente. “Se a Aneel tivesse avaliado os números da maneira que tinha que ser, sem adiar algumas cobranças, a distribuidora não teria espaço para recorrer”, defende.
A Celpe conta com 2,8 milhões de consumidores em Pernambuco. Se a Aneel conseguir rever judicialmente e retomar o reajuste negativo, a companhia vai deixar de receber cerca de R$ 200 milhões este ano com os percentuais de aumento definidos pela agência. Isso porque a Aneel retirou um passivo de R$ 197 milhões do cálculo do reajuste deste ano.
Fonte: Economia/JC
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