Coluna de Décio Filho - Faculdade de Direito do Recife – 180 anos


Sem dúvidas, um motivo de orgulho para o nosso Estado; um dos mais antigos e tradicionais estabelecimentos do ensino superior no Brasil. A Faculdade de Direito do Recife sempre trouxe consigo as marcas de luta e de pioneirismo dos pernambucanos. A FDR, desde os seus primeiros anos de existência, atuava não apenas como um centro de formação de bacharéis, mas, principalmente, como escola de Filosofia, Ciências e Letras, tornando-se célebre pelas discussões e polêmicas que empolgavam a sociedade da época.
Fundada na data de 11 de Agosto de 1827, sob o primeiro Reinado (Imperador Pedro I) e instalada inicialmente na cidade de Olinda, vindo, posteriormente (1854), a fixar-se na Capital pernambucana, a FDR contribuiu para que fossem levados às páginas da história do Brasil, ao longo dos seus 180 anos, nomes como: Tobias Barreto, Joaquim Nabuco, Epitácio Pessoa, Graça Aranha, Pontes de Miranda, Pinto Ferreira, Barbosa Lima Sobrinho, entre outros.
Nela encontram-se raridades históricas como objetos pessoais do “gênio” Rui Barbosa e do líder estudantil Demócrito de Souza Filho.
A história de luta pelos direitos da mulher também se confunde com a da FDR. Em 1889, a bacharela Maria Augusta de Vasconcelos tornou-se uma das primeiras a defender o direito feminino ao voto.

Possui uma grande biblioteca com mais de cem mil volumes, muitos deles raros e preciosos, nas áreas de direito, filosofia, história e literatura, tendo sob sua guarda, inclusive, a biblioteca que pertenceu a Tobias Barreto. Publica, desde 1891, sua Revista Acadêmica, na qual reúne trabalhos jurídicos de autoria de seus professores e convidados.

É por exemplos como a FDR que hoje podemos compreender o porquê do nosso Pernambuco, ao longo de sua história, ter recebido o título de “Leão do Norte”. O espírito da FDR tem tudo a ver com os ideais libertários da Revolução Pernambucana de 1817, com as manifestações culturais de nosso Estado, ou seja, é uma Instituição com a “cara” desta gente guerreira e “cabra da peste”, impregnada de pernambucanidade. Que venham outros 180 anos e que o “Leão” volte a rugir com a força de outrora.


Décio Filho

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