Coluna de Edvaldo Bione - Desperdício e Irresponsabilidade


O tsunami que atingiu os países asiáticos e matou trezentas mil pessoas, foi uma tragédia com muita visibilidade na mídia mundial, inquestionavelmente uma catástrofe, imprevisível e inevitável.Uma catástrofe acontece todos os dias no mundo, previsível e evitável, propositalmente é invisível a mídia, pois reclama a responsabilidade dos grandes lideres mundiais, e dos chefes de estado e de governo dos países mais ricos do planeta.A cada hora morrem 1200 crianças em conseqüência de problemas relacionados com a falta de alimentação, o que equivale a três tsunamis por mês.A mortalidade infantil (crianças que morrem até o quinto ano de vida) nos países da America latina, Europa oriental, partes da Ásia, e na quase totalidade da África, mais notadamente na África Subsaariana é incomparavelmente mais alta que nos países desenvolvidos, e se associa diretamente com a mortalidade materna, sendo responsáveis por quinhentas mil mortes ao ano, mulheres pobres e sem acesso as consultas do exame pré-natal.Na Nigéria uma em cada 18 mulheres morre no parto ou em conseqüência de complicações da falta de assistência, no Canadá a proporção e de uma para 8 mil e 700.Os programas de cooperação internacional em parceria com organismos de representação multilateral criaram no inicio do século 21, em reunião na sede da ONU, Os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, comprometendo os países ricos com metas a serem alcançadas até 2015.A redução da pobreza e da fome em 50% é a primeira proposição, condições para que o ensino fundamental seja universal e com igualdade de gênero, diminuição da mortalidade infantil, saúde materna e sustentabilidade ambiental também foram temas que fizeram parte da agenda.As dificuldades a serem transpostas, se iniciam com negociações, que facilitem a entrada de produtos de países em desenvolvimento, no mercado internacional com competitividade, e para que isso ocorra, manter as negociações na organização mundial do comercio é fundamental. Os países desenvolvidos precisam reavaliar os efeitos nocivos dos subsídios agrícolas e sobretaxas interpostas às exportações dos países em desenvolvimento. O fortalecimento das instituições que representam o estado é também importante, é necessário que haja um poder judiciário independente e sem corrupção, um poder executivo ciente de suas limitações e uma imprensa livre e responsável, lutando por um inquestionável respeito aos direitos humanos. A democracia é um requisito fundamental para o desenvolvimento humano em qualquer País do mundo. Os direitos à educação e à saúde são catalisadores e exigem responsabilidade dos governantes, pois são compromissos que associados as desigualdades de gênero quando não cumpridos depõem contra os avanços necessários a consolidações dos índices de desenvolvimento, que diminuem as vulnerabilidades e oportuniza as liberdades e direitos individuais.A elaboração de políticas publicas e sua boa aplicação,ajuda a melhorar os índices de desenvolvimento humano, mesmo em países com crescimento econômico pouco significativo como o Vietnã e Bangladesh. A China apesar do crescimento acima de 10% ao ano nas ultimas duas décadas não consegue fazer um acompanhamento equilibrado do IDH, pois não prioriza políticas publicas de inclusão nas áreas rurais do país, as mais pobres.Os espaços da mídia para as guerras tribais da África são controladas pela influência dos interesses americanos, e do mercado comum Europeu, que promovem ajudas humanitárias, insuficientes e ineficientes, por não levarem em conta as peculiaridades de países tão distintos como o Sudão ou da Republica do Congo. Na maioria das vezes explorando os nativos e criando as condições que favorecem a manutenção dos conflitos, participando do fornecimento de armas quase sempre, para ambas as partes em conflito. Os órgãos multilaterais com representação no cenário mundial, como a ONU tem atribuições pouco especificas, precisa lutar intransigentemente, pela equidade entre os países membros e impedir as autocracias eleitorais, promover também as condições para uma política de descentralização da renda, assim impedindo que seres humanos morram de fome e de doenças previsíveis e curáveis.Os direitos humanos fundamentais são exigências que impulsionam os que como Martin Luther King e Nelson Mandela, acreditam e lutam por justiça social e liberdade.

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