Prefeito de Custódia pode ter mandato cassado por irregularidades

O prefeito de Custódia, Neemias Gonçalves (PSB), corre o risco de ter o mandato cassado. Ele é acusado de irregularidades na administração da cidade. Nesta quinta-feira (28), o dia foi tenso no município, que fica no Sertão de Pernambuco.
Pela manhã, homens do Grupo de Ação Tática Itinerante (Gati) da Polícia Militar reforçaram a segurança na área em volta da Câmara dos Vereadores da cidade. Antes do inicio da sessão, o prefeito chegou à Casa e recebeu apoio de partidários.
As denúncias contra ele foram documentadas. Além de se recusar a dar informações sobre as contas do município e postar falsos relatórios ao sistema que acompanha os gastos das prefeituras do País, Neemias Gonçalves teria descumprido uma lei municipal, nomeando diretores de escolas sem eleição regulamentada e permitido a invasão de terras públicas.
As fotos apresentadas no processo seriam de uma construção da família dele em terras do município. Gonçalves se limitou a dizer que tudo se trata de perseguição política. “Desde que nós ganhamos as eleições, não foram desmanchados os palanques de Custódia. Hoje, eles sabem que não têm como me enfrentar. Eles querem, a todo custo, tirar o prefeito da prefeitura para me desmoralizar”, afirmou.
Apesar dos rumores de que uma liminar teria sido concedida pelo juiz José Carvalho Aragão para suspender os trabalhos no plenário, a votação foi aberta. No fim da manhã, a sessão foi de fato suspensa por determinação judicial.
O presidente da Câmara, Cristiano Dantas (DEM), criticou o prefeito. De acordo com o parlamentar, Neeemias foge da responsabilidade de esclarecer as acusações. “A gente tentou, por várias vezes, notificá-lo. Conseguimos judicialmente e de outras formas, mas a defesa dele foi a omissão”, declarou.
Neemias Gonçalves não quis nomear advogado, mas a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) designou o defensor público Vicente Cardoso para cuidar do caso. Segundo ele, o processo apresenta erros.

“É uma questão técnica, por exemplo, na data do recebimento, a denúncia não havia chegado. A comissão foi formada sem que, formalmente, houvesse denúncia. É como se um promotor de Justiça denunciasse alguém por um crime de homicídio, por exemplo, sem que o inquérito existisse. É um questão técnica, mas o julgamento não é técnico, é político”, afirmou.

Reportagem: Alerexandre Rogério