Brasil tem a 5ª maior taxa de homicídio juvenil do mundo

O Brasil tem a quinta maior taxa de homicídio juvenil entre 83 países listados no estudo Mapa da Violência: os Jovens na América Latina, lançado nesta terça-feira pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla). Segundo o relatório, a taxa no Brasil é de 51,6 homicídios para cada 100 mil habitantes. Os outros quatro primeiros lugares no ranking também são países latino-americanos. El Salvador aparece em primeiro lugar, com taxa de 92,3. É seguido por Colômbia (73,4), Venezuela (64,2) e Guatemala (55,4).

O Mapa da Violência analisa dados de 83 paises, 16 deles latino-americanos, em relação a homicídios, suicídios, acidentes de transporte e mortes por arma de fogo. A principal fonte é o Sistema de Informação Estatística da OMS, com dados de 2002 a 2006. O estudo mostra que os países da região se destacam pelas suas elevadas taxas de mortalidade por armas de fogo, tanto na população total quanto na jovem.

Segundo a pesquisa, o jovem da América Latina tem 30 vezes mais chance de morrer assassinado que o jovem europeu. "Estamos vivendo uma crise de juventude na América Latina", disse sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, autor do estudo, à BBC Brasil.

IDH e taxas - De acordo com o estudo, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) evidencia uma correlação de baixa e negativa com os índices de homicídio dos países: com o aumento do IDH tendem a cair as taxas de homicídio. O IDH explica 11,2% da variação dos índices totais. Já o PIB per capita, indicador de riqueza ou pobreza, apresenta uma associação mais forte explicando 18,7% das taxas totais.

Excluindo a mortalidade por acidentes de transporte, tanto nos homicídios quanto nos suicídios e nas mortes por armas de fogo, as desigualdades na distribuição da renda aparecem como fator dos índices de mortalidade. Para o conjunto da população, a distribuição da renda explica 59,7% da variabilidade das taxas de homicídio, enquanto o PIB per capita só 2%. Para os jovens, essa influência é ainda maior: 63,5%, indicando maior sensibilidade aos fenômenos derivados das injustiças de distribuição de renda. Também os níveis de vitimização juvenil encontram-se fortemente afetados pelos níveis de concentração de renda.

Entre jovens - O levantamento também mostra que o avanço da violência na América Latina, fundamentalmente nos homicídios, processou-se sobre o setor jovem. Na região, a taxa de mortalidade violenta entre eles é de 43,4 por 100 mil, enquanto as demais faixas etárias contam com uma taxa de 20,8 por 100 mil. No Caribe, o índice é de 39,6 em 100 mil, na África, 31,2, na América do Norte, 29,9 e na Europa, 7,9 em 100 mil, a mais baixa do planeta. Em 2003, quando a taxa de mortalidade atingiu seu ápice no Brasil, o índice de jovens assassinados chegou a 56,2 em 100 mil, enquanto que entre os não-jovens o índice era de 21 homicídios em 100 mil.

Os dados pesquisados indicam, por um lado, quedas significativas nos elevados índices da Colômbia a partir do ano de 2002 e também declínio, ainda que moderado, no Brasil a partir de 2003.

Fonte: Agência Brasil

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