Novo acordo ortográfico não universaliza o português


Uma das estrelas desta edição da IV Festa Literária Internacional de Porto de Galinhas, o escritor angolano José Eduardo Agualusa participou nesta manhã de uma conversa sobre o novo acordo ortográfico da língua portuguesa, que, no Brasil, entra em vigor em janeiro. “A Angola ainda não assinou o acordo. Mas vai seguir a correnteza. Acho que a demora em assinar não é por desleixo, mas porque há outras coisas a pensar neste momento”, disse. O escritor dividiu o debate sobre a questão com a professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Nelly Carvalho.

Nem um dos dois acredita que as novas regras de ortografia – que em tese deixam o português mais simples – vão fazer com que o idioma possa se tornar universal. “O português não vai conseguir brigar com o inglês. Gilberto Freyre já dizia que o inglês é a língua que devia ser aprendida por todas as crianças, uma vez que são poucas as flexões verbais”, comentou Nelly Carvalho. "É até bom que o português não seja tão universal. A Inglaterra perdeu o inglês: aquilo que é de todos não é de ninguém", disse Agualusa.

Para o escritor, o principal benefício do acordo é a facilidade de editoração de livros e o intercâmbio entre os países de língua portuguesa. “A Angola está fazendo um esforço muito grande para alfabetizar a população. E vamos precisar de muitos professores para isso. Temos, então, que ir buscar professores em Portugal e no Brasil. Principalmente no Brasil porque é mais fácil um brasileiro se adaptar na Angola”, acredita o escritor.

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Fonte: DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

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