Cachaça vira patrimônio imaterial

Água-benta, água-bruta, água-que-passarinho-não-bebe, bagaceira, branquinha, e engasga-gato. Apelidos para a cachaça não faltam. O Dicionário Aurélio registra cerca de 150 nomes populares para a bebida. A única coisa que não existia para a "malvada" era um título. Mas isso deixou de ser problema na semana passada. O Instituto Histórico e Geográfico de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata, – cidade que até a década de 30 ostentava a marca de maior produtora de cachaça do Brasil – nomeou a aguardente Patrimônio Imaterial do município. A designação estendeu-se à Primeira Feira de Agosto, evento pecuário com mais de 200 anos de existência.

Este ano, a cachaça deve receber também título concedido pelo governo de Pernambuco. O tombamento já foi aprovado no Conselho Estadual de Cultura e falta apenas a homologação pelo Executivo.

A cerimônia local acontece no próximo mês, ainda sem dia definido. O evento será no Engenho Cachoeirinha, que produziu a cachaça mais antiga de que se tem registro no município (1873) e está em atividade até hoje. Na ocasião, serão lançados mil exemplares de uma revista temática feita pelas Edições Rubroveio.

Uma exposição fotográfica do jornalista Marcos Prado será exibida. Painel mostrará durante todo o dia 300 imagens da cana-de-açúcar e seus engenhos. "A cachaça mexeu com a economia da cidade durante muitos anos. No início do século 18, havia mais ou menos 120 engenhos em Vitória de Santo Antão", reforça o jornalista.

A história da bebida no município vai virar livro. O secretário do Instituto Histórico e Geográfico de Vitória, Pedro Humberto Ferrer, pesquisa há dois anos para contar a saga da aguardente em Vitória. "Estou levantando as propagandas nos periódicos da cidade", explica.

A feira, que também recebe homenagem, acontece há dois séculos, no primeiro sábado de agosto e reúne , em Vitória de Santo Antão, criadores de animais de todos os municípios pernambucanos.

DESTAQUE DO JORNAL DO COMMERCIO - Publicado em 09.08.2008


Reportagem: Alexandre Rogério

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