O queijo de coalho pode ganhar um museu

Museu para o queijo coalho nosso de todo dia esforço conjunto do governo do estado, Prefeitura de Garanhuns, UFPE, UPE, Sebrae, Senai, Itep, Fundaj e produtores locais pretende transformar o projeto em realidade.
É frito no espeto, recheando o pastel, usado como ingrediente de receita no restaurante chique, é tradição na mesa do nordestino. O queijo de coalho tem tanta presença na dieta de quem vive na região, que pode ganhar um museu. O projeto já existe há tempo, ficou "curtindo" e nunca foi tirado da forma, ou melhor, do papel. Chegou somente a ter desenhada a planta de reforma do prédio, o histórico Mosteiro do Bom Pastor, que funcionou em Garanhuns. O município foi escolhido para sediar o museu porque sustenta cerca de 70% da produção da bacia leiteira pernambucana.

"A gente está resgatando um projeto parado, que era e é conduzido pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectma) do estado. A idéia surgiu há quatro anos", conta o professor e diretor da Coordenadoria de Ensino de Ciências e de Tecnologias do Nordeste (Cecine) da UFPE, Ascendino Flávio Dias. O professor orientou, na última semana, o seminário com representantes das instituições do governo e produtores de laticínios do Agreste, em Garanhuns.
Estão juntos no projeto produtores de leite, Sectma, Prefeitura de Garanhuns, Instituto Tecnológico de Pernambuco (Itep), UFRPE, UPE, Sebrae, Senai e Fundação Joaquim Nabuco. A intenção é fazer o museu funcionar em 2010.
A proposta se assemelha a do Museu da Cachaça, em Minas Gerais, segundo o professor. "O objetivo é consolidar o projeto de certificação e indicação geográfica do queijo de coalho no estado, assim como garantir visibilidade à produção artesanal", justifica Ascendino. "Está prevista a capacitação de trabalhadores do setor e a organização dos produtores em cooperativas, viabilizando a produção e a venda, que deverão ser adequadas às normas da Secretaria de Agricultura, com carimbo e registro", explica Ascendino.
Pólo turístico - O visitante que for a Garanhuns a turismo, por exemplo, poderá acompanhar, através de alguns recursos e equipamentos, as etapas de produção, que começa na alimentação do animal leiteiro. Os costumes da região, a ordenha, o armazenamento do leite e a feitura do queijo propriamente, claro, também serão apresentados. O investimento para a restauração do edifício e acesso aos objetos que vão compor o acervo ainda está sem "dono".
"Os ministérios de Tecnologia, Educação e até de Turismo serão procurados. E, como o museu é um patrimônio histórico, também será solicitado aporte por meio da Lei Rouanet, que canaliza recursos para o desenvolvimento do setor cultural", conta Ascendino.
O projeto de indicação geográfica do queijo de coalho no estado tem sido acompanhado pelo técnico do Itep Benoit Paquereau. O francês, que tem larga experiência no setor, conta o suporte da conterrânea Gisele Larchez, especialista na montagem de museus regionais.
De acordo com dados do Sebrae em Garanhuns, o pólo do Agreste Meridional comercializa até 900 mil litros, por dia, na região. Desse total, cerca de 50% são destinados à produção de queijos. O setor movimenta, diariamente, R$ 1 milhão somente nessa área do estado.


Reportagem: Alexandre Rogério


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