O objetivo central da História é contribuir para que se possa compreender os diferentes processos e agentes históricos, ao longo das suas mais variadas relações, nos diferentes tempos históricos. Nesta perspectiva, a História oferece condições de ampliar o conhecimento e a percepção do indivíduo rumo à construção de laços de identidade numa interação com os demais indivíduos e num determinado ambiente histórico-geográfico. Partindo de uma efetiva dimensão de contemporaneidade, o eixo norteador é a comparação do passado sob a luz do presente e mergulhar nos acontecimentos e nas ações do homem, nos quais o passado e o presente estão articulados no desafio à compreensão da História.
A religião teve grande importância na formação da cultura grega. Era politeísta, com deuses dotados de poderes sobrenaturais e também de virtudes e defeitos humanos. O conjunto de divindades e mitos deu origem à mitologia, que tentava explicar a origem do universo, dos deuses e dos homens.
Agregados em torno de Zeus, senhor supremo dos deuses e dos homens, as divindades gregas habitavam o monte Olimpo. Lá, como cá, tem o tempero da traição, Zeus fora traído por seu primo Prometeu, Zeus privou o homem do fogo e com isso obstou sua inteligência, ao mesmo tempo em que idiotizava a humanidade. Prometeu roubou uma centelha do fogo celeste e a trouxe à terra, dando novo ânimo ao homem. Foi o suficiente para que do Olimpo viesse à punição a Prometeu e aos homens.
Contra Prometeu, um terrível castigo: preso a uma coluna, uma ave de rapina devorava-lhe de dia o fígado que voltava a se regenerar à noite. A punição dos homens e da humanidade veio através da bela Pandora. Por curiosidade ou ambição, a fim de se tornar uma deusa, Pandora abriu uma caixa que trouxera do Olimpo e de onde, em torrentes, fugiram medos, calamidades, enfim, todos os males que atormentam a humanidade até os dias de hoje. Pandora ainda tentou com muito esforço fechar a caixa, mas só a 'esperança' não havia escapado.
Ademais, trata-se evidentemente de uma das mais belas páginas da mitologia grega na sua descrição trágica da condição humana na terra. Os séculos foram se passando, e a caixa de Pandora se ampliou e passou ao ser manipulada pela mão dos homens que escreveram tantas outras terríveis páginas da decadência humana.
O século passado foi sacudido por guerras, holocaustos e morticínios nos campos de concentração. Neste século 21, não foi muito diferente no que respeita a violência e os seqüestros, destes um dos que mais impressionou a opinião pública foi o da ex-senadora franco-colombiana Ingrid Betancourt, que estava em poder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) desde 23 de fevereiro de 2002. Betancourt - e outros 14 reféns, entre eles três americanos - era uma espécie de símbolo dos reféns da guerrilha, tendo motivado marchas ao redor do mundo e gestões de diferentes chefes de Estado em prol de sua libertação.
A libertação de Ingrid do cativeiro foi fruto de uma operação de inteligência do Exército colombiano e ocorreu sem o disparo de nenhum tiro. Segundo o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, houve infiltração de membros do Exército nas Farc. Ter esperança é lutar no espaço público da cidadania. Não há de se esquecer que a esperança ainda está presa na caixa de Pandora e este resgate é a prova de que nem tudo está perdido, apesar da loucura da bela e irresistível Pandora.
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