Transplante ainda é desigual

Mesmo com equipes intra-hospitalares de notificação, o modelo adotado no Brasil prioriza a atuação das Centrais de Notificação, Capacitação e Distribuição de Órgãos (CNCDOs). Hoje, em 22 Estados brasileiros as centrais são as responsáveis por encontrar um possível doador e um receptor compatível. Isso, porém, não evita a desigualdade entre os Estados.
Mesmo com a atuação das CNCDOs, nem todas as modalidades de transplantes são cobertas nos 22 Estados em que as centrais operam. O transplante de fígado, por exemplo, é feito em 13 Estados. O de coração, em 18, e o de pâncreas, em nove. Esse é o desafio do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) - segundo maior do mundo, com gastos de mais de R$ 500 milhões por ano: interiorizar o acesso aos serviços de transplante. Atualmente, estados como São Paulo concentram a maioria dos procedimentos.
Em 2006, 75,7% das cirurgias ocorreram no Sul e no Sudeste; São Paulo fez quase metade das operações do País. Naquele ano, 14.098 transplantes foram realizados no País (10 676, ou 75,7%, nas regiões Sul e Sudeste). São Paulo aparece no topo da lista com 6.433 procedimentos - o resto do País fez 7.665. No final da lista aparecem Alagoas, com 43 procedimentos, e Mato Grosso, com 40.
Em São Paulo, o modelo adotado são as Organizações de Procura de Órgãos (OPOs). Elas funcionam em dez hospitais públicos universitários, com equipes multidisciplinares, responsáveis pelas buscas ativas em suas regiões.

Reportagem: Alexandre Rogério

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