Economista da FGV diz que redução da desigualdade criou nova classe média

O economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) Marcelo Neri disse hoje (19) que a redução da desigualdade social vem beneficiando diretamente uma nova classe social, a nova classe média.
“Essa é a década da redução da desigualdade, já por sete anos consecutivos. É uma marca expressiva. Ela acaba engendrando desde a redução da miséria até o aumento de seguimentos médios da população, como a chamada nova classe média”, declarou o chefe do Centro de Políticas Sociais do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, ao comentar a pesquisa Miséria e a Nova Classe Média na Década da Igualdade.
O estudo aponta que em 2007 a classe média cresceu 4,4%, em grande parte por causa do aumento significativo no número de empregos formais. Os dados da pesquisa registram que hoje existem cerca de 1,8 milhão de empregos com carteiras assinadas.
A pobreza, ainda segundo a pesquisa, caiu 6% em 2007 - de 19% da população em 2006 para 18,11% em 2007 - e 1, 5 milhão de pessoas saíram da linha de pobreza. De acordo com a FGV, existem hoje no Brasil cerca de 33,6 milhões miseráveis, o equivalente a 18% da população.
Os dados também mostram que em 2007 os 10% mais pobres da população - com renda per capita inferior a R$ 135 por mês - perderam 5,5% da renda mensal, cerca de R$ 2.
O estudo aponta ainda que a maioria dos idosos faz parte dessa nova classe média. Os programas de transferência de renda do governo federal para aposentados e pensionistas são apontados como um dos fatores dessa ascensão.
O coordenador da pesquisa Marcelo Neri explicou que essa nova classe média veio da classe E, mas não parou na D. Ela tem renda familiar entre R$ 1.064 e R$ 4.591, e em sua maioria tem carteira de trabalho assinada.
Outro aspecto da nova classe média é a presença significativa de afro-brasileiros e das mulheres que estão ascendendo para a classe C, por meio do trabalho.

Reportagem: Alexandre Rogerio

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