O direito é de todos


Turismo - Uma atividade acessível também para os portadores de deficiência que precisam de mais espaço no mercado. A inclusão social é um direito de todos. E no mercado turístico não poderia ser diferente. Apesar de não encontrar, na maioria dos casos, estrutura adequada, as pessoas com necessidades especiais prometem potencializar o turismo no país. A previsão é de que este segmento se iguale ao da terceira idade.
No Brasil, um total de quase 27 milhões de habitantes, segundo o Censo 2000, realizado pelo IBGE, possui algum tipo de deficiência. Em Pernambuco são cerca de 1,5 milhão de pessoas. O conceito sobre o assunto mudou bastante nos últimos anos. Se antes eram vistos como dependentes ou motivo de vergonha, hoje, já se tornaram mais independentes, mostrando que têm um papel na sociedade e que têm direito de ir e vir, se divertir, viajar.
Que o diga a professora de braile Regina Ana Tavares. A deficiência visual não a impediu de conhecer cidades como São Paulo e países como Portugal. "Gosto de viajar, conhecer outras pessoas e vivenciar outras culturas", revela. Nos aeroportos sempre foi bem recebida, mas ela reclama que no avião só encontra revista ou manual em braile em inglês. Em Pernambuco ela aponta como falha os obstáculos e as calçadas, e diz que deveriam melhorar, principalmente, os espaços físicos.
Como exemplo de acessibilidade temos a pequena cidade de Socorro, em São Paulo. A missão é tornar o município o primeiro destino turístico do país adaptado aos portadores de deficiência. Para isso, estão promovendo as exigências já previstas na legislação, em grande parte dos locais, mesmo os não relacionados diretamente com o turismo.
Para quebrar barreiras é preciso começar de agora. Aqui no país existe uma boa legislação, mas não é bem fiscalizada. Para melhorar o atendimento é necessário que o mercado turístico se prepare para receber esses visitantes. Alguns projetos já existem no Estado, falta apenas colocá-los em prática e efetivar o direito dos portadores de deficência. Orientar o trade sobre como oferecer acessibilidade e atendimento é um grande passo.
Instituto - A região Nordeste é uma das mais carentes de iniciativas voltadas para esse público. Pensando nisso, o Instituto Muito Especial realiza, a partir de amanhã (10) até o dia 12, o 1º Congresso de Turismo Muito Especial de Pernambuco, com o objetivo de difundir a atividade entre as pessoas com deficiência e as empresas/órgãos do setor. De acordo com o presidente da entidade, Marcus Scarpa, existem pesquisas que apontam para o crescimento do turismo relacionado a essas pessoas. "Tenho certeza que é um mercado que deve crescer bastante nos próximos anos. No entanto, é preciso oferecer uma estruturação bem planejada. Eles são especiais não pela deficência, mas pelo potencial de consumo e pelo gosto em viajar", afirma.

Reportagem: Alexandre Rogério

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