Uma década de Google

De uma boa idéia de dois universitários à maior empresa de internet do mundo em apenas dez anos. Os extremos da linha do tempo do Google impressionam. Começando como um projeto de dois estudantes, Lawrence Edward Page e Sergey Mihailovich Brin, da Universidade de Stanford, o Google tinha, inicialmente, apenas quatro computadores em rede para desenvolver o sistema batizado de BackRub. Este mudou de nome para PageRank, o algoritmo de pesquisa que transformou e faz até hoje a ferramenta de buscas do Google campeã na web. E estes quatro computadores viraram um dos maiores sistemas de bancos de dados e servidores descentralizados do mundo, com centenas de milhares de PCs interligados para rodar os diversos produtos que a gigante oferece.

Dez anos depois do registro da empresa, oficializado em 7 de setembro de 1998, o Google soma, hoje, um valor estimado de mercado na casa dos US$ 140 bilhões. Com o escritório montado numa garagem, o primeiro pedido de apoio foi ao Yahoo!, que rejeitou a idéia. A Sun Microsystems, entretanto, viu futuro no projeto e resolveu investir US$ 100 mil. Poucos anos mais tarde, o Yahoo! perdia o seu domínio na internet.
No início dos anos 2000, a empresa criou o sistema de AdWord, que vendia publicidade relacionada a palavras-chave em sites. Este mecanismo fez imenso sucesso entre portais e blogs, pagando aos autores do conteúdo pela publicidade ao mesmo tempo que o Google também recebia das marcas e produtos anunciados. O AdWord é considerado o principal motor do crescimento financeiro da empresa até hoje. Só no ano passado, rendeu US$ 16,4 bilhões ao buscador.
Mas a maior expansão de serviços do Google aconteceu em 2004, quando o buscador colocou no ar o Orkut, o Gmail e começou a preparar o terreno para a criação do Google Earth e Google Maps, lançados em 2005.
Além das boas idéias surgidas dentro da empresa, o Google também teve sucesso na compra de serviços idealizados por outros grupos. Assim foi com o YouTube, em 2006. Depois de amargar a derrota com seu Google Video, a empresa resolveu comprar o YouTube, pagando US$ 1,65 bilhão pelo serviço. Para os criadores do YouTube, a negociação veio na hora certa, já que eles não estavam conseguindo desenvolver um modelo de negócios rentável frente à crescente exigência de estrutura do serviço. Apesar do tremendo sucesso, o YouTube ainda é uma área que o Google não conseguiu rentabilizar.

Reportagem: Alexandre Rogério