Jarbas volta à tribuna e reclama de "devassa" em sua vida

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) voltou nesta terça-feira (10) à tribuna para denunciar que sua vida estaria sendo devassada por espiões e para acusar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de não "retratar a verdade dos fatos". Segundo o pernambucano, Sarney distorceu as suas declarações à revista 'Veja' no ofício enviado ao Ministério Público e ao Ministério da Justiça, em que solicita investigações sobre a "arapongagem" denunciada por Vasconcelos. Diante de um plenário vazio, com apenas nove senadores, Vasconcelos afirmou que "em momento algum" declarou ter denunciado uma investigação contratada por integrantes do PMDB.

Em entrevista à 'Veja', o senador pernambucano disse que teria sido alvo de espionagem. Vasconcelos também se disse surpreso com a agilidade de Sarney em acionar o Ministério Público e o Ministério da Justiça para apurar as suas denúncias. No discurso, Vasconcelos pediu que Sarney mande apurar com a mesma agilidade outros episódios de espionagem que ocorreram no Senado. Ele citou textualmente casos envolvendo o senador Renan Calheiros (AL), atual líder do PMDB.

Como no momento do discurso a bancada do PMDB estava reunida, a resposta às acusações de Vasconcelos só vieram uma hora mais tarde. O senador pernambucano não estava mais no plenário. Sarney rebateu às críticas de Vasconcelos e garantiu que, em nenhum momento, escreveu no ofício encaminhado ao Ministério da Justiça e ao Ministério Público que o pernambucano teria afirmado que o PMDB contratou uma empresa para espioná-lo. Segundo Sarney, o ofício apenas reproduziu informações transcritas da 'Veja'.

Citado por Vasconcelos, Renan Calheiros também fez questão de responder ao senador. O líder peemedebista pediu para que Vasconcelos "não apequene" as denúncias, conforme prometeu em seu discurso na semana passada. "É importante que o senador Jarbas Vasconcelos cumpra o prometido. Senão vamos ter de voltar para discutir esses problemas, que são problemas menores. Essa agenda não ajuda o Brasil", disse Renan.

No discurso, Jarbas Vasconcelos desafiou Sarney a apurar outros episódios de "arapongagem" que ocorreram no Senado. E citou o caso de suposto ato de espionagem que teria ocorrido em Goiânia contra os senadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Demóstenes Torres (DEM-GO). Os dois senadores teriam sido espionados por serem favoráveis à saída de Renan que, na época, era presidente do Senado e era acusado de ter despesas pessoais pagas por uma empreiteira. Segundo Vasconcelos, o caso não foi resolvido e nenhum dos envolvidos punido. Mas Renan rebateu: "O caso de Goiânia foi uma coisa sobejamente discutida e todo o Senado conhece. Foi uma brincadeira de mau gosto. Nunca é demais lembrar que foi por causa dessa invenção que fui obrigado a tirar licença da presidência do Senado. O caso já foi investigado e todos os envolvidos negaram".

Fonte: AE

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