
Como não podia deixar de ser no caso de um projeto tão polêmico, que motivou oito ações judiciais movidas pela oposição contra a construção do parque, houve protesto no evento desta terça, mas bem menor do que o prometido. Menos de 20 integrantes da Associação dos Amigos do Parque (Amparque) postaram-se na Avenida Boa Viagem segurando faixas contra a obra. O grupo era a favor de uma área arborizada semelhante à do Parque da Jaqueira, na Zona Norte.
De acordo com o economista George Emílio Bastos, a entidade recolheu, em 2006, 15 mil assinaturas em favor do parque verde. “Ainda assim, o que ficou foi a idéia do parque de concreto de Oscar Niemeyer. Não fomos consultados”, reclamou. Perto da área do palco, havia algumas faixas com dizeres como: “O trânsito tá ruim? Com os eventos, vai piorar”, ou “Lula, evite o agito e mais 4.000 m² de concreto”.
O presidente foi recebido com bandas de frevo, uma pequena apresentação do cantor Alceu Valença, que compôs o jingle de propaganda do Parque Dona Lindu sob encomenda da Prefeitura do Recife, além da jovem violonista Diana Paiva e da Orquestra Popular da Bomba do Hemetério. Acompanhado dos seis irmãos e de alguns familiares que vivem em Caetés, no Agreste de Pernambuco, Lula falou sobre sua infância, a migração para São Paulo em um pau-de-arara e as dificuldades enfrentadas por ele e seus irmãos. O discurso do presidente chegou até os confrontos entre judeus e palestinos no Oriente Médio, com críticas à Organização das Nações Unidas (ONU). “Está provado que a ONU não tem coragem de tomar uma decisão de colocar paz lá”.
Lula também aproveitou a ocasião para elogiar o prefeito João Paulo (PT) e reconhecer sua força ao terminar oito anos de gestão sendo aprovado por 70% da população. João Paulo foi tratado por Lula como “orgulho do povo brasileiro”. Os dois petistas, juntamente com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), inauguraram o Memorial aos Retirantes, monumento elaborado pelo artista plástico Abelardo da Hora. A escultura retrata uma família de migrantes nordestinos, como referência à família de Lula.
Depois de saborear comidas regionais no restaurante Buongustaio-Famiglia Giuliano, em Boa Viagem, juntamente com cerca de 70 convidados, o presidente embarcou para um período de descanso no arquipélago de Fernando de Noronha, onde passará o réveillon. A primeira-dama Marisa Letícia, que não veio ao Recife, já o aguardava na ilha, juntamente com dois filhos e dois netos. Inicialmente ele iria ficar no local até o dia 2 de janeiro, mas ao desembarcar em Fernando de Noronha, o presidente afirmou que pretendia passar cerca de dez dias no arquipélago.
Fonte: JC Online
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