Entre protestos, Lula inaugura Dona Lindu e segue para Noronha

Na inauguração da primeira etapa do Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, não faltaram críticas aos opositores do projeto que homenageia a mãe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em quase uma hora de discurso na manhã desta terça-feira (30), o presidente creditou as críticas ao preconceito contra a origem humilde de sua família. “Se em vez de um busto de uma mulher retirante e seus filhos, houvesse aqui um busto de um aristocrata da elite pernambucana, não haveria preconceito nem haveria processos”.

Como não podia deixar de ser no caso de um projeto tão polêmico, que motivou oito ações judiciais movidas pela oposição contra a construção do parque, houve protesto no evento desta terça, mas bem menor do que o prometido. Menos de 20 integrantes da Associação dos Amigos do Parque (Amparque) postaram-se na Avenida Boa Viagem segurando faixas contra a obra. O grupo era a favor de uma área arborizada semelhante à do Parque da Jaqueira, na Zona Norte.

De acordo com o economista George Emílio Bastos, a entidade recolheu, em 2006, 15 mil assinaturas em favor do parque verde. “Ainda assim, o que ficou foi a idéia do parque de concreto de Oscar Niemeyer. Não fomos consultados”, reclamou. Perto da área do palco, havia algumas faixas com dizeres como: “O trânsito tá ruim? Com os eventos, vai piorar”, ou “Lula, evite o agito e mais 4.000 m² de concreto”.

O presidente foi recebido com bandas de frevo, uma pequena apresentação do cantor Alceu Valença, que compôs o jingle de propaganda do Parque Dona Lindu sob encomenda da Prefeitura do Recife, além da jovem violonista Diana Paiva e da Orquestra Popular da Bomba do Hemetério. Acompanhado dos seis irmãos e de alguns familiares que vivem em Caetés, no Agreste de Pernambuco, Lula falou sobre sua infância, a migração para São Paulo em um pau-de-arara e as dificuldades enfrentadas por ele e seus irmãos. O discurso do presidente chegou até os confrontos entre judeus e palestinos no Oriente Médio, com críticas à Organização das Nações Unidas (ONU). “Está provado que a ONU não tem coragem de tomar uma decisão de colocar paz lá”.

Lula também aproveitou a ocasião para elogiar o prefeito João Paulo (PT) e reconhecer sua força ao terminar oito anos de gestão sendo aprovado por 70% da população. João Paulo foi tratado por Lula como “orgulho do povo brasileiro”. Os dois petistas, juntamente com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), inauguraram o Memorial aos Retirantes, monumento elaborado pelo artista plástico Abelardo da Hora. A escultura retrata uma família de migrantes nordestinos, como referência à família de Lula.

Depois de saborear comidas regionais no restaurante Buongustaio-Famiglia Giuliano, em Boa Viagem, juntamente com cerca de 70 convidados, o presidente embarcou para um período de descanso no arquipélago de Fernando de Noronha, onde passará o réveillon. A primeira-dama Marisa Letícia, que não veio ao Recife, já o aguardava na ilha, juntamente com dois filhos e dois netos. Inicialmente ele iria ficar no local até o dia 2 de janeiro, mas ao desembarcar em Fernando de Noronha, o presidente afirmou que pretendia passar cerca de dez dias no arquipélago.


Fonte: JC Online

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