Prefeito de Amaraji é afastado do cargo

O prefeito de Amaraji, a 98 km do Recife, Adailton Antônio de Oliveira (PSB), foi afastado do cargo na manhã de hoje por uma determinação da juíza da cidade, Silvia Oliveira. Ele é acusado de perseguir os servidores municipais que não o apoiaram na última eleição, quando tentou se reeleger prefeito, penalizando-os com o não pagamento de seus salários, além de outras irregularidades envolvendo a máquina pública. A ação civil pública por ato de improbidade administrativa pediu, também, o bloqueio do Fundo de Participação do Município, depositado hoje na conta da Prefeitura, para que esse dinheiro, que totaliza, em média R$ 500 mil, seja destinado ao pagamento de todos os servidores do executivo municipal.

O pedido de afastamento do prefeito foi feito pelo Ministério Público e acatado pela juíza. Segundo a magistrada, a ação foi necessária para evitar maiores danos aos funcionários e à economia da cidade, já que os salários dos servidores municipais constituem uma das principais fontes de renda do município, ao lado dos rendimentos dos trabalhadores das usinas de cana-de-açúcar. “Os funcionários que não o apoiaram estão sem receber há mais de dois meses e iriam ficar sem receber o de dezembro e o décimo. Já os que estiveram com ele na eleição estão com o pagamento regular. É uma represália. Por isso, houve a necessidade do afastamento para evitar uma situação caótica e para que as providências fossem tomadas”, explicou Oliveira.

A reportagem tentou entrar em contato com o prefeito Adailton de Oliveira, mas os dois celulares do socialista estão desligados. Quem assumiu a prefeitura foi o vice, Paulo Roberto. O advogado de Adailton já solicitou informações sobre o processo à justiça local para recorrer da decisão.

Não é a primeira vez que o prefeito é acusado de deixar os funcionários municipais sem salário. De acordo com a juíza, quando Adailton foi o gestor de Amaraji, entre 1993 e 1996, também teria deixado os servidores na mesma situação. Além disso, pesam contra o prefeito outras denúncias, envolvendo irregularidades como “desvio de verba municipal em proveito próprio” e “contas rejeitadas da Prefeitura”. “São muitas ações, porque são muitas irregularidades. Também indeferi o registro de candidatura dele, o que foi acatado. Ou seja, mesmo que ele tivesse ganho a eleição, não poderia assumir em janeiro”, ressaltou.

A juíza afirmou, ainda, que vários serviços públicos da cidade estão funcionando de forma precária, como o Conselho Tutelar. “Ontem, houve uma determinação minha para a internação de menores e não tinha carro no Conselho Tutelar para levá-los ao Recife. (O Conselho) não funciona por causa da perseguição política. O prédio está sem manutenção e com aluguel atrasado”, denunciou.

Quem também acusa o atual prefeito de negligenciar a administração é o prefeito eleito de Amaraji, Jânio Gouveia (PR). Ele disse que, até o momento, não recebeu nenhuma informação da atual gestão para administrar a cidade a partir de janeiro. “Não houve transição. Nem tem sinal de que vai acontecer. Acionei o Ministério Público para que a transição acontecesse, mas nada foi repassado. Já fez 60 dias que enviamos o oficio à Prefeitura, comunicando o prefeito quem eram as pessoas que nomeei para a comissão de transição e ele nunca sinalizou nada”, declarou.


Fonte: DP

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