Estudo confirma aquecimento total da Antártica


A Antártica registrou um aumento da temperatura em sua totalidade nos últimos 50 anos, informa um estudo que será publicado na edição de quinta-feira da revista britânica Nature, que rebate a ideia de que as temperaturas se equilibram entre o oeste e o leste do continente polar.

A temperatura aumentou na média e em toda a Antártica mais ou menos 0,5no.C entre 1957 e 2006, sobretudo no inverno e na primavera, segundo os autores do estudo, que basearam as conclusões nos dados registrados pelas estações terrestres e pelos satélites.

De fato, a parte leste da Antártica esfriou entre 1970 e 2000, mas desde então voltou a ter um reaquecimento. Na parte oeste e na península diante do extremo sul da América do Sul, as temperaturas aumentam.

Com isto, a média da temperatura aumenta, explica um dos coordenadores do estudo, Eric Steig, da Universidade de Washington em Seattle.

"O aquecimento na Antártica ocidental tem sido de um décimo de grau Celsius por década durante os últimos 50 anos, anulando completamente o esfriamento da parte oriental durante o período entre 1970-2000", destaca a Universidade de Washington em um comunicado.

O aquecimento da península e da Antártica ocidental tem relação com as mudanças da circulação atmosférica e com a redução da camada glacial no setor Pacífico do Oceano Austral, afirmam Eric Steig e Drew Shindell, do centro Goddard da Nasa, em Maryland.

"Uma das grandes razões pelas quais se acreditava que a maior parte da Antártica esfriava é a presença do buraco na camada de ozônio que aparece a partir da primavera na região polar do hemisfério sul, um fenômeno responsável pela redução das temperaturas na parte oriental", explica a Universidade de Washington no comunicado.

A situação desta área oriental foi considerada como a da totalidade do continente, sem que nada corroborasse a ideia, segundo Steig. E se o buraco da camada de ozônio desaparecer em meados deste século, como preveem os cientistas, "a Antártica em seu conjunto pode registrar um aquecimento como o resto do mundo", conclui o especialista.

Fonte: AFP Paris

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