A decisão será encaminhada ao Papa Bento XVI, que deverá chancelar o título nos próximos meses. Após essa etapa, para ser considerada beata, é preciso a comprovação de milagre ocorrido por meio da intervenção de Irmã Dulce. Comprovado um segundo, a irmã poderá ser santificada.
A Congregação para a Causa dos Santos é um colégio formado por cardeais, bispos e teólogos que analisam as virtudes heroicas de uma “serva de Deus”, como foi o caso da freira, comparada, segundo o texto final, a uma “madre Teresa de Calcutá”. Para o voto, os membros estudaram o Positio, documento canônico misto de relato biográfico e das virtudes e resumos dos testemunhos do processo de beatificação. O de Irmã Dulce foi elaborado por frei Paulo Lombardo, o chamado advogado dos santos, que trabalha nas causas de 60 candidatos, dos quais 15 são do Brasil.
Segundo o advogado, embora a decisão final sobre a concessão do título de venerável seja do Papa, nunca houve uma posição diferente de um pontífice em relação à recomendada pela Congregação.
Frei Lombardo considera que “seguramente” Irmã Dulce preenche todos os requisitos para ser considerada beata:
- Acho que o milagre de cada dia é a obra social que a Irmã Dulce desenvolveu.
O processo de beatificação de Irmã Dulce começou em janeiro de 2000. Entre os milagres atribuídos à religiosa está o que teria beneficiado uma mulher com problemas de hemorragia no parto. Os médicos achavam que era impossível salvá-la. Uma corrente de orações dirigidas à Irmã Dulce foi feita, e ela conseguiu se recuperar.
Irmã Dulce dedicou a vida à causa dos pobres e desvalidos
Chamada pelo escritor e devoto Jorge Amado de Santa Dulce da Bahia, a freira comoveu a Bahia em seus 77 anos de renúncias e dedicação aos pobres. Desde o dia 13 de março de 1992, data de sua morte, o número de graças concedidas pela intercessão de Irmã Dulce tem se multiplicado em todo Brasil.
Um dos cerca de três mil registros de possíveis milagres recebidos pela Obra Social Irmã Dulce (OSID), nos últimos 14 anos, já foi aprovado pela comissão jurídica do Vaticano, na primeira fase do seu processo de beatificação, iniciado em janeiro de 2000.
Batizada de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, a professora de história e geografia resolveu homenagear a mãe, que morreu quando ela tinha apenas 6 anos, ao se ordenar freira da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em Sergipe, aos 20 anos. Dali em diante, ela seria conhecida, e cultuada, como Irmã Dulce.
A dedicação aos necessitados começou bem antes de seu ingresso na vida religiosa. Aos 13 anos, após conhecer uma comunidade carente na companhia de uma tia, Irmã Dulce começou a ajudar aos necessitados na porta de sua casa, em Salvador.
Nas duas primeiras visitas que fez ao Brasil, o Papa João Paulo II desviou seu percurso para visitar a Mãe dos Pobres na Bahia. Em outubro de 1991, Irmã Dulce já não dormia mais na cadeira de madeira onde passara as noites dos últimos 30 anos de sua vida.
Com 70% da capacidade respiratória comprometida, a freira baiana recebeu o Santo Padre em sua cama de enferma no Convento Santo Antônio (inaugurado por ela em 1947), onde cinco meses depois viria a falecer.
Foi no galinheiro desse mesmo convento que, em 1949, ela instalou os 70 doentes carentes que cuidava, dando origem ao Hospital Santo Antônio, hoje reconhecido pelo Ministério da Saúde como o maior hospital beneficente do Brasil.
Fonte: Agência O GLobo
1 Comentário:
Irmã Dulce uma alma abençoada para nós verdadeiros católicos." O maior meio de evangelização é o testemunho de vida" ( Puebla)
Testemunho maior impossível!O tempo que muitos de nós ficamos criticando - os, deveríamos espelhar mos nêles, sendo grandes imitadores de Jesus.Homens e mulheres que morreram no amor do crucificado. Gente como nós que deram a vida pelo evangelho.Parabéns ao blog tão bem elaborado.Obrigada pela oportunidade de participação.solangemalosto&yahoo.com.br
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