Um larvicida dez vezes mais letal contra as larvas do Aedes aegypti que outras moléculas patenteadas anteriormente é a nova arma de combate à dengue que está sendo desenvolvida pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).Há três anos, grupos de pesquisa do Departamento de Química Fundamental (DQF) da Universidade trabalham no aperfeiçoamento de uma nova classe de compostos sintéticos com grande potencial no combate ao mosquito, diferentemente dos larvicidas sintéticos usados atualmente, contra os quais as larvas do Aedes aegypti já apresentam imunidade.
De acordo com a professora Daniela Navarro, chefe do grupo de Ecologia Química, o novo larvicida tem uma via sintética que possibilita a realização em grande escala. "Estudos de toxicidade serão realizados e acreditamos que a nova molécula não apresentará toxicidade ao homem nas concentrações de uso, o que demonstraria a possibilidade de ela ser aplicada como larvicida no combate ao mosquito da dengue”, explica. A patente da recente descoberta ainda está em andamento.
A professora acredita que a descoberta dessa nova maneira de sintetizar a molécula possa abrir uma nova perspectiva de estudo porque, a partir da estrutura da molécula atual, um outro grupo de compostos inéditos ainda mais eficientes poderá ser elaborado dentro de dois anos.
Apesar de, a princípio, os dez larvicidas desenvolvidos pelo Departamento de Química da UFPE não apresentarem problemas de toxidade ao homem, a letalidade deles ainda não se iguala a do larvicida atualmente usado pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Entretanto, em todo o Brasil estão sendo registrados casos de gerações do Aedes aegypti resistentes à ação desse larvicida, que, desde 1967, tem sido usado no combate aos vetores da dengue e da febre amarela.
EPIDEMIA– Oito cidades mineiras estão em situação de risco de uma epidemia de dengue, segundo indicou Levantamento Rápido de Índices de Infestação para Aedes aegypti (LIRAa) do início deste ano. O Ministério da Saúde liberou, no final do ano passado, R$ 128 milhões para auxiliar Estados e municípios no combate à dengue. Desse total, R$ 15 milhões foram enviados a Minas.
Fonte: JC OnLine
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