A emoção de ser solidário

Alvirrubros e tricolores se uiniram em torno da causa da pequena Clara.


O Clássicos das Emoções já começou para alguns atletas do Náutico e Santa Cruz. Ontem à tarde, na sede alvirrubra, Eduardo, Vagner, Kuki e os tricolores André Zuba, Bilica e Wagner vestiram a mesma camisa: a da solidariedade. No peito, eles exibiam, sensibilizados, uma foto da criança Clara Costa Pereira, de um ano e quatro meses, que possui paralisia cerebral. Adversários no próximo domingo, quando se enfrentam pela sétima rodada do Pernambucano, eles abraçaram a campanha "Um real por um sonho", que os pais da menina criaram com o intuito de arrecadar verba que possibilite viagem para tratamento na China, com células tronco.
As camisas que os atletas dos dois clubes entrarão em campo no domingo vão estar autografadas e vão ser leiloadas no site de Clara (www.umrealporumsonho.com.br). Antes de passarem adiante o caso da garotinha, os atletas tomaram conhecimento do que é a paralisia cerebral, através de uma conversa com Carlos Edimar e Aline, pais da pequena. "Estou documentando tudo. Hoje ela não tem noção do que está sendo feito por ela, mas no futuro vai entender", adiantou Carlos, que ficou feliz com a receptividade dos clubes. "Não achei que fosse ser tão fácil. De imediato, eles se prontificaram a colaborar", acrescentou.
Por causa da paralisia cerebral, Clarinha teve sério comprometimento motor. Faz sessões diárias de fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia. O sorriso é espontâneo, porém, aleatório, mas cativou o volante coral Wagner, que não se cansou de fazer carinho nela. "Olha aí, tá vendo, ela não para de olhar para mim. Gostou do pretinho, não foi!", brincou. O goleiro timbu, Eduardo, não quis se arriscar a tomá-la nos braços. No entanto, falou da importância de atletas se engajarem em campanhas como esta. "Quando estava jogando em Belo Horizonte participei de campanha semelhante e isso me marcou para o resto da vida. Saí do treino e fui visitar umas crianças que tinham câncer em uma instituição chamada Madre de Deus. Pôxa, cheguei lá reclamando de cansaço. De repente, me deparei com a molecada rindo à toa e jogando vídeo game. Aquilo me desmontou", relembrou o camisa 1 alvirrubro.
O atacante Kuki, do Náutico, já se intitula embaixador de ações solidárias. Desde que chegou ao Náutico, em 2001, ele reserva um tempo para apoiar eventos e campanhas beneficentes. "Sempre procuro ajudar. Nós, que temos influência com o torcedor, precisamos dar essa contribuição", declarou Kuki.
No domingo, uma imensa faixa será exposta no estádio. Urnas para doação também vão estar espalhadas pelos Aflitos. Os pais de Clara esperam arrecadar o montante (cerca de US$ 80 mil) até abril. "O caso dela pede urgência. Ajudaria muito se ela se submetesse às aplicações antes mesmo de completar dois anos", frisou Aline.
- Mais informações sobre como ajudar Clara podem ser feitas pelos números 3249-3131 ou 8850-4603.

Fonte: DP

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